Cigarro eletrônico: descubra como ele está sabotando sua saúde bucal!

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Dra. Daniela Feu

O cigarro eletrônico tem ganhado cada vez mais popularidade entre os fumantes, e isso, simplesmente porque ele libera a nicotina sem produzir fumaça, o que, para muitos, acaba sendo um sinônimo de menos riscos à saúde bucal e do organismo. No entanto, essa afirmação não passa de um mito! Os malefícios desse aparelho são os mesmos comparados com os cigarros tradicionais!

Um dos problemas mais comuns causados pelo cigarro eletrônico é o mau hálito porque, embora não exija a inalação de fumaça, o acessório concentra a liberação de nicotina na cavidade bucal, o que pode gerar um odor bem desagradável, em especial nos casos de uso frequente. Além disso, o uso do cigarro eletrônico, combinado com uma má higiene bucal, pode piorar o hálito e torná-lo extremamente desagradável. Nesses casos, mascar chiclete não resolve nada!
Pior prognóstico para o sucesso de implantes dentais e movimentação ortodôntica ocorrem porque o tabaco e a nicotina reduzem o fluxo sanguíneo, o que prejudica o processo de cicatrização e remodelação óssea. Além disso, esses dois componentes também reduzem a chegada dos nutrientes que as gengivas precisam para se manterem saudáveis, levando a danificação do tecido e, consequentemente, aumentando as chances de retração gengival após esses procedimentos. Quando não tratado, o quadro pode expor as raízes dos dentes e aumentar o risco de desenvolver sensibilidade e até mesmo cáries. Além disso, do mesmo modo que o cigarro comum propicia a ocorrência de doença periodontal, que leva a perda óssea progressiva, podendo chegar até a perda dentária. Tabagistas tem cerca de 4 vezes mais chances de perder os dentes do que não tabagistas, e isso inclui os fumantes de cigarro eletrônico também, porque as substâncias nocivas que causam esse efeito terrível para sua saúde também estão presentes nesse tipo de cigarro. Nesses pacientes, a periodontite tem evolução mais rápida e mais grave quando comparada com pacientes não fumantes, e a resposta ao tratamento também fica comprometida.

Além disso, dentre os inúmeros problemas bucais que a nicotina pode resultar, o escurecimento dos dentes e da gengiva é um dos que causam mais incômodo aos pacientes. Ao acumular nas superfícies dos dentes, a substância adere ao esmalte dentário e resulta numa pigmentação amarelo-escura e algumas vezes até acastanhada, que dificilmente é retirada através da escovação. Além disso, a nicotina também é capaz de estimular a produção de melanina, que é a grande responsável pelo surgimento de manchas escuras nas gengivas de quem fuma. A nicotina também pode diminuir a produção de saliva, gerando secura e ardência bucal. A redução da produção de saliva poderá tornar a mucosa bucal mais sensível, provocando feridas na boca, fissuras na língua, dificuldade para mastigar e o mau hálito, além de aumentar as chances de desenvolver lesões cariosas.

E aí? Te convenci? Tenha certeza que se expor a uma substância tão nociva quanto a nicotina não vale a pena por moda nenhuma!

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Dra. Daniela Feu

Cirurgiã Dentista Graduada em Odontologia pela UFES. Especialista em Ortodontia pela UERJ. Mestre e Doutora em Ortodontista (UERJ). Diplomada pelo Board Brasileiro de Ortodontia (BBO). Diretora do Colégio de Diplomados do BBO. Editora associada da Revista Dental Press Journal of Orthodontics (DPJO) e editora da Revista Clinical Orthodontics. @dani_feu