Complicações do diabetes: o que preciso saber?

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Dra. Gisele Dazzi

O mau controle do diabetes pode causar complicações em diferentes partes do corpo e isso acontece porque a glicose persistentemente elevada a longo prazo, causa dano aos nervos e vasos sanguíneos.
As complicações do diabetes se dividem em 3 categorias: neuropatia diabética, doença macrovascular e doença microvascular.

A neuropatia diabética é uma doença que acomete os nervos, prejudicando o envio de mensagens para o corpo. O tipo mais comum é a neuropatia periférica, que afeta membros inferiores, podendo levar a lesões nos membros que, se não tratadas, podem levar a amputação. Isso ocorre, pois os pacientes que apresentam essa complicação, perdem a sensibilidade nos membros favorecendo o aparecimento de lesões. Entre os principais sintomas estão: dormência, fraqueza e sensação de formigamento nos pés e pernas.

A neuropatia pode acometer outros locais como sistema digestivo, coração e órgãos sexuais. Cerca de 50% das pessoas com diabetes têm algum grau de dano nos nervos porem nem todos apresentam sintomas físicos. AS neuropatias são mais comuns em pacientes com diabetes há mais de 25 anos, estão acima do peso, apresentam mau controle glicêmico e pressão alta.

A doença macrovascular também é uma complicação muito frequente em pacientes diabéticos mal controlados e aumenta muito a morbimortalidade desses pacientes. O acúmulo de glicose no sangue provoca o endurecimento das artérias (aterosclerose), que pode desencadear ataque cardíaco, derrame ou má circulação nos pés. A doença cardíaca é a principal causa de mortalidade relacionada ao diabetes.

A doença microvascular leva ao acometimento da visão, coração, rins e nervos. O excesso de glicose no sangue também pode lesionar os pequenos vasos, reduzindo a circulação de sangue para a pele, braços, pés, olhos e rins. O diabetes pode levar a complicações oculares como visão turva, retinopatia diabética, catarata e glaucoma; pode levar a complicações renais como nefropatia diabética levando a quadros de perda da função dos rins e necessidade de diálise; pode levar a uma redução de fluxo sanguíneo capilar levando a formação de manchas marrons nas pernas que são muito comuns no paciente diabético.

Para prevenir e minimizar o desenvolvimento das complicações é fundamental controlar a glicemia, priorizando manter a hemoglobina glicada igual ou inferior a 7%. Pesquisas mostram que para cada 1% de redução de hemoglobina glicada, há diminuição de 14% do risco de ataque cardíaco, 37% do risco de doença microvascular e 43% do risco de doença vascular periférica. Portanto, um acompanhamento regular com uma equipe multidisciplinar se faz necessário para haja melhor controle do quadro e consequentemente redução do risco das complicações. Uma vez que essas complicações são instaladas há necessidade de novos tratamentos associados para melhorar a qualidade de vida desses pacientes.

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Dra. Gisele Dazzi

Médica endocrinologista e seu propósito aqui na coluna Vida Saudável é trazer informação e novidades para que você melhore a cada dia sua qualidade de vida. @dragiselelorenzoni