Crianças obesas x Maior risco de bullying

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Dra. Gisele Dazzi

Além de consequências para a saúde, uma criança com obesidade ainda pode sofrer com práticas de bullying. Esse comportamento é muito presente na infância, principalmente quando relacionado a alguma característica física, sendo muito pior nos casos de obesidade.

Segundo estudo publicado em uma revista científica renomada, crianças entre oito e onze anos sofrem bullying, somente pelo fato de serem obesas. Não importa muito ser menino ou menina, raça, condição econômica, tirar boas notas ou não.

A obesidade infantil vem crescendo assustadoramente e tem sido assunto frequente nos consultórios médicos. Trata-se de uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal, que possui múltiplas causas e tem feito parte da vida da população cada vez mais cedo. O consumo elevado de alimentos ultraprocessados e da redução da prática de atividade física tem contribuído e muito para o aumento da obesidade e quando falamos em obesidade na infância, as consequências podem ser por toda a vida.

Isso porque o peso elevado pode continuar durante a fase adulta. Segundo o Ministério da Saúde, crianças acima do peso possuem 75% mais chances de serem adolescentes obesos e adolescentes obesos têm 89% mais chances de serem adultos obesos.

Mas a preocupação é ainda maior porque essa doença aumenta a chance de surgimento de outras doenças como diabetes, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e câncer. Nesse contexto, uma outra e velha preocupação percorre os consultórios médicos: a saúde mental dessas crianças, pois as consequências podem ser muito sérias durante a infância e também na fase adulta.

Existem estudos que já atestam que crianças que sofrem bullying apresentam maior risco de desenvolver problemas de saúde na vida adulta, como algum tipo de transtorno psiquiátrico, compulsão alimentar, vício de cigarro/álcool e diagnostico de doenças graves, além dos efeitos nas relações sociais e profissionais.

Para lidar com esse problema é necessário que haja, em primeiro lugar, conscientização e diálogo entre pais e crianças e incluir também toda família como avós e irmãos. Além disso é necessário acompanhamento medico e psicológico para otimizar o tratamento tanto da obesidade quanto do distúrbio psicológico.

A batalha contra obesidade infantil não é nada fácil mas com ajuda, principalmente em casa consegue-se sucesso.

É necessário melhorar o comportamento alimentar, não só da criança mas de toda família e iniciar atividade física, seja ela iniciada como brincadeiras como pega-pega, amarelinha, piques, pular corda e deixar de lado computadores, tablets e telefones para que esses hábitos sejam mantidos na adolescência e na fase adulta.

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Dra. Gisele Dazzi

Médica endocrinologista e seu propósito aqui na coluna Vida Saudável é trazer informação e novidades para que você melhore a cada dia sua qualidade de vida. @dragiselelorenzoni