Dermatite atópica: saiba mais sobre a doença de pele que acomete as crianças

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Dra. Ana Flávia Lemos

Alguns papais e mamães já devem conhecer uma doença de pele muito comum que surge na infância, entre os 3 meses e 2 anos de vida e segue até a adolescência, pelo menos. Estamos falando da dermatite atópica, ou eczema atópico. Uma dermatose não contagiosa, mas é uma doença crônica da pele.

Ela é uma condição geneticamente determinada que altera a função de barreira exercida pela epiderme. No outono e o inverno a sua incidência é maior, principalmente em crianças que possuem outras atopias, como, por exemplo, bronquite, asma e rinite.

Sintomas da dermatite atópica

A doença causa feridas, avermelhados, descamação e em alguns casos mais graves, pode irradiar para o corpo todo. A dermatite atópica é mais comuns nas dobras dos braços e na parte de trás dos joelhos. Em 75% dos casos, quando o paciente chegar a fase adulta, a doença pode desaparecer por completo.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), cerca de 7% da população adulta e 25% das crianças do Brasil são acometidas pela dermatite atópica. Esse problema é caracterizado pela falta de barreira de proteção na pele, o que leva a perda de água, de modo que a pele das pessoas atingidas por essa doença fica mais ressecada e com lesões avermelhadas.

A causa da dermatite atópica ainda hoje é desconhecida por nós especialistas, mas a hipótese mais aceita defende que a junção da pele ressecada, sistema imunológico, genética, ambiente e alergia alimentar, sejam fatores importantes para o surgimento da doença.

A característica principal da dermatite é a coceira nas regiões com erupções de pele. Quanto mais ressecada e irritada estiver a pele, maior a probabilidade de desenvolver algum tipo de infecção, e, assim, agravar o quadro de saúde.

É de suma importância estar atento aos sinais da coceira, principalmente se piorar com a transpiração, além da cicatrização das lesões, para não se tornarem porta de entrada para bactérias.

O que evitar 

Por esse motivo, a hidratação da pele pós banho se torna indispensável. Como hidratante geralmente é composto por uma porção aquosa, e outra oleosa, a pele molhada em contato com o hidratante cria uma barreira que impede o ressecamento da derme. Também é importante evitar banhos longos, extremamente quentes e uso exacerbado do sabonete.

Além da hidratação, o acompanhamento com um dermatologista é imprescindível. Pois, se for o caso, podem ser indicados medicamentos como corticóides de uso tópico, imunossupressores, anti-histamínicos, e nos casos em que haja infecção bacteriana, os antibióticos de uso oral.
Infelizmente, a dermatite atópica por ser uma doença crônica, não tem cura.

Entretanto, com os cuidados diários e o tratamento adequado, os sintomas podem ser amenizados ou até mesmo extintos.

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Dra. Ana Flávia Lemos

Médica Dermatologista. @anaflavialemos_dermato