Freio da língua: mocinho ou vilão?

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Dra. Martha Salim

Muito tem se falado atualmente sobre o freio lingual, em especial em bebês, entretanto ainda existem muitas dúvidas sobre esse tema. O freio da língua é uma estrutura que conecta a língua ao assoalho da boca e é comum que todas as pessoas o possuam, entretanto, quando alterada pode acarretar problemas.

Muitas mães queixam-se de dificuldade na amamentação, com fissuras, muita dor, depressão, com bebês ansiosos e com crises de choro, mamadas ineficientes, com longa duração, sem ganho de peso adequado, engasgos, que podem indicar a necessidade de intervenção fonoaudiológica e odontológica precoce.

Nos bebês, a língua deve estar posição adequada e acoplada ao palato, pois além da função de sucção e auxílio a amamentação, ela estimula o crescimento da maxila, amolda a formação do palato e melhora a postura da boca na respiração.

Além dos problemas já conhecidos de dificuldade de sucção, amamentação, deglutição e ser cauda de alterações na fala em crianças, o freio lingual mal posicionado pode até mesmo estar relacionados a problemas respiratórios no adulto, como a apneia obstrutiva sendo uma das possíveis causas que colaboram com a posição alterada da língua durante o sono.

O diagnóstico e tratamento deve ser realizado após avaliação adequada e requer envolvimento de diversos profissionais como pediatra, odontopediatra, fonoaudiólogo, osteopata, consultores de amamentação, pois a indicação de tratamento clínico ou cirúrgico (frentomia) dependerá não apenas da anatomia do freio lingual, mas da importante perda de função e comprometimento do paciente.

Para os casos nos quais a cirurgia está indicada, torna-se importante avaliar cuidadosamente o melhor momento para ser realizado para que esse procedimento seja realizado com segurança.

Assim sendo, quando existe a necessidade da cirurgia de frenotomia existem mais vantagens em que seja usado o laser de alta potência. A cirurgia a laser tem um pós-operatório significativamente menos doloroso comparada a cirurgia convencional, a incisão a laser no tecido mole é mais preciso e apresenta menos riscos de hemorragia, e possibilita reabilitação miofuncional mais precoce.

Além disso, a cirurgia a laser apresenta melhor aceitação por apresentar tempo de cirurgia mais curto, a não necessidade de sutura, uma melhor recuperação no pós-cirúrgico.

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Dra. Martha Salim

Doutorado em Cirurgia Bucomaxilofacial (UNESP); Mestrado em Patologia Bucodental (UFF); Especialização em Cirurgia Bucomaxilofacial (UERJ); Capacitação em Odontologia Do Sono; Capacitação em Sedação com ÓXido Nitroso; Graduação em Odontologia (UFES); Atua como professora de Cirurgia Bucomaxilofacial da UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO. Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. Revisora Científica das Revistas: Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery (JBCOMS) e Brazilian Dental Science (BDS). Autora dos livros "Cirurgia Bucomaxilofacial: diagnóstico e tratamento" (1 e 2 edições), Anestesia Local e Geral na Prática Odontológica, além de colaborar com 38 capítulos de livros e artigos científicos publicados. @dramarthasalim