Inteligência emocional: o que é como ela influencia sua saúde

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Amanda de Andrade Zanotto

Atualmente, o tema inteligência emocional está bastante popularizado, a dinâmica de como nossas emoções repercutem em nosso estado físico e mental vem sendo objeto de estudo em diversas áreas. E não é por acaso que muitas pessoas têm buscado desenvolver essa habilidade. Mas e você? Sabe o que é inteligência emocional?

Para o filósofo Leandro Karnal “A inteligência emocional é a grande habilidade para reagir as pressões da vida e aos desafios do mundo”

Já Daniel Goleman maior especialista em inteligência emocional da atualidade define essa habilidade como sendo a capacidade de reconhecer e nomear emoções usando-as para melhorar a forma com que agimos e pensamos. E foi a partir desse conceito que ele elaborou um modelo para explicar como isso pode ser visto na prática. Para Goleman, a inteligência emocional consiste em quatro pilares principais:

Autoconsciência: Que seria saber identificar como você se sente, porque sente e como esses sentimentos influenciam suas ações. Desenvolvendo autoconsciência, conseguimos perceber como nossas atitudes frente as emoções nos ajudam ou prejudicam nas diversas áreas da vida. Essa é a base da inteligência emocional e só é possível desenvolvê-la através do autoconhecimento. Quanto mais nos conhecemos, mais autoconsciência adquirimos.

Autocontrole ou equilíbrio emocional: É administrar as emoções, sabendo como gerenciá-las a nosso favor. É a capacidade de manter nossos impulsos sob controle. Essa habilidade também consiste em manter-se positivo diante dos desafios. Ter foco e discernimento para agir mesmo sob situações de estresse.

É conseguir recuperar-se rápido de frustações sabendo “virar a chave” e resolver com agilidade o problema. É conseguir focar no sucesso a longo prazo sendo capaz de enxergar um objetivo distante ainda que as circunstâncias externas sejam desestimuladoras.

Empatia: É buscar sentir o que o outro sente, se abrindo para novas perspectivas, para novos pontos de vista. É se colocar no lugar do outro sem julgamento, desenvolvendo interesse genuíno pelas pessoas.

Um estudo publicado na revista científica Plos One mostrou que pessoas que possuem características como altruísmo e afetuosidade estão mais aptas a reconhecerem e aceitarem o estado emocional das outras pessoas, uma vez que possuem regiões importantes do cérebro mais ativas, como o córtex pré-frontal.

Gestão de relacionamentos: Através da empatia é possível manter mais relações harmônicas e de qualidade. Pessoas que se relacionam melhor com seus pares tem melhores índices de satisfação com a vida.

Pesquisas recentes comprovaram que pessoas com mais inteligência emocional tem melhor desempenho diante de situações de estresse, elas são mais capazes de manter o equilíbrio e as condições necessárias para agir em circunstâncias desafiadoras.

Outra constatação interessante, é o fato de que a inteligência emocional não depende necessariamente de níveis de QI elevados, todos tem a possibilidade de desenvolvê-la. Aliás, o indivíduo que possui simultaneamente estes dois atributos está praticamente destinado a fazer história na percepção de alguns.

E como a inteligência emocional influencia na nossa saúde?

Sabemos que os índices de depressão e ansiedade no Brasil e no mundo estão cada dia mais elevados e a pandemia só agravou esse cenário. O desenvolvimento da inteligência emocional tornou-se uma prevenção muito eficaz para estes e outros transtornos.

É possível compreender facilmente que, se tivermos uma autoconsciência bem desenvolvida saberemos identificar melhor nossos sentimentos assim como os gatilhos que nos desencadeiam emoções negativas. Sabendo identificá-los teremos mais autocontrole e equilíbrio para agir com lucidez e menos impulsividade.

Quanto maior for sua inteligência emocional, mais positivo será o seu humor permitindo que você seja menos susceptível transtornos como depressão e ansiedade.

Desenvolver empatia e saber gerir relacionamentos também promove sentimentos mais positivos elevando nossos níveis de satisfação com a vida. Todas essas características são fatores preventivos de diversas doenças.

Investir em inteligência emocional tornou-se uma atitude importante no que diz respeito a saúde. Saber gerenciar emoções contribui significativamente para a melhora das nossas condições físicas e mentais. É como dizia o poeta romano Juvenal: “Mens sana in corpore sano’

Buscar o equilíbrio entre corpo e mente será sempre uma escolha certeira para quem deseja alcançar mais qualidade de vida e longevidade.

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Amanda de Andrade Zanotto

Advogada. Sócia fundadora da 4U - Startup de bem-estar físico e mental. Mestre e facilitadora dos cursos Avatar de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal no Brasil e nos EUA desde 2010. Pós graduanda em Neurociência e comportamento pela PUC/RS. @4useumelhorpresente