Não há espaço para nascer o dente permanente? Saiba o que fazer

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Dra. Flávia Gama

Assunto que gera enorme ansiedade dos pais, a troca dos dentes de leite pelos permanentes sempre vem acompanhada de muitas dúvidas. Estávamos acostumados a ver os dentes de leite pequenos, alinhados, bem proporcionais. Na troca, recebemos dentes permanentes grandes, que muitas vezes vem mal posicionados e aparentemente desproporcionais.

É comum também observarmos que um dente permanente ocupou o espaço de 2 dentes de leite. E agora?

A falta de espaço para os dentes permanentes é extremamente comum nessa fase de dentição mista (quando temos dentes de leite e dentes permanentes na boca). Estudos mostram que essa diferença total de tamanho entre os dentes de leite e os dentes permanentes é de aproximadamente 7,6 mm nos dentes superiores e 6,0 mm nos dentes inferiores.

O que ocorre é que em alguns casos, o tamanho do osso que acomoda os dentes não é suficiente para caber os permanentes, causando o desalinhamento desses dentes recém chegados.

Se a falta de espaço for muito grande, o permanente pode simplesmente não nascer na boca e ficar retido dentro do osso, já que encontra uma barreira física para a sua erupção. Alguns dentes “arrumam um jeito” e nascem mesmo sem espaço, irrompendo atrás de um dente de leite, muito tortos, girados ou até mesmo muito projetados.

O QUE FAZER?

Toda criança deveria passar por uma avaliação com um Ortodontista por volta dos 6 anos de idade. Nessa consulta, o especialista irá observar fatores importantes como hábitos, o crescimento dos ossos da face, a respiração, a deglutição, a fala, o posicionamento de dentes e o espaço disponível para a chegada dos permanentes.

Através de exames clínicos e radiografias é possível prever se haverá falta de espaço e fazer a devida intervenção se necessária.

Existem aparelhos que melhoram o tamanho dos ossos, aumentando o espaço para os dentes que chegarão. É o caso dos aparelhos disjuntores, que são adaptados no céu da boca do paciente e conseguem ampliar esse osso, aumentando o espaço disponível.

Esse mesmo aparelho também melhora a respiração em alguns casos e é indicado para correção de mordidas cruzadas, quando os dentes debaixo “cobrem” os de cima (pense na boca como uma caixa: a tampa deve cobrir a base da caixa – nas mordidas cruzadas a tampa fica por dentro da caixa).

Se o problema estiver no arco inferior, podemos utilizar aparelhos que façam a expansão do arco, inclinando os dentes presentes um pouquinho pra fora – essa também é uma boa solução para se ganhar espaço.

Essa avaliação da falta de espaço deve ser diagnosticada de maneira precoce, para que a correção do problema ocorra antes da chegada dos dentes permanentes. Isso porque dessa forma conseguimos minimizar problemas como dentes tortos e mau posicionados, pois os mesmos chegarão com os devidos espaços.

Ou seja, a intervenção cedo diminui os problemas de falta de espaço a serem tratados no futuro.

Portanto, sem desespero: se não há espaço, procure um Ortodontista que temos diversas maneiras de resolver o problema. E se diagnosticamos e resolvemos ainda na infância, teremos sorrisos bonitos e funcionais para toda a vida.

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Dra. Flávia Gama

Cirurgiã-dentista. Especialista em Ortodontia. Mestre em Radiologia e Habilitada em Laserterapia. @flaviagama.orto