Onde dói nossa emoção? Entenda

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Amanda de Andrade Zanotto

Certamente você já se deparou com variados tipos de dor ao longo da vida. A dor é um mecanismo de alerta que nosso corpo emite quando algo não vai bem. Ela é fundamental para a nossa sobrevivência.

Prova disso são os indivíduos com insensibilidade à dor – uma rara condição congênita em que a pessoa não recebe sinais para esta percepção, possuindo baixa expectativa de vida, pois sem esse mecanismo ela estará constantemente exposta a situações perigosas. A sensação de dor é um claro sinal de que algo está errado com o nosso corpo e que devemos tomar cuidado.

Mas e quando a dor é emocional?

Muitos de nós já experimentou sentimentos extremamente incômodos como tristeza, angústia e inadequação. Geralmente, esses sentimentos têm sua raiz em experiências negativas, como uma rejeição, uma traição ou uma perda. A grande curiosidade sobre esse tema é que estudos de neuroimagem mostraram que as mesmas áreas e circuitos cerebrais responsáveis pela dor física são ativados quando sentimos dor emocional.

Mas como assim?

Primeiramente precisamos considerar que a neurociência já é praticamente unânime em afirmar que nosso cérebro foi “desenhado” para relações sociais.

Para alguns autores inclusive, o aumento do volume deste importante órgão ao longo da evolução, ocorreu justamente para que pudéssemos desenvolver o interesse social e com ele a capacidade de nos importar com outras pessoas e seu bem estar nas circunstâncias certas. Isso nos possibilitou viver juntos e em grupos maiores tornando melhores as chances de sobrevivência.

E é exatamente neste contexto que a dor emocional ou social surge. Para a neurociência dor social é aquela que nasce a partir de uma ameaça real as nossas conexões (rejeição, traição, abandono, desinteresse…).

E esta dor é tão real que, como dissemos, estudos já demonstraram que as mesmas áreas do cérebro que processam a dor física são ativadas quando estamos doentes emocionalmente. Sim! A ciência já provou que a dor emocional é literalmente sentida como dor física por nós.

E os pesquisadores foram além nesta constatação: De acordo com um estudo feito pela Universidade da Flórida e publicado na revista Psychological Science, pessoas que tomaram paracetamol por três semanas tiveram uma melhora significativa nesse tipo de dor. Este experimento sugeriu que analgésicos comuns, como o paracetamol, podem ajudar a aliviar dores emocionais. Veja que interessante!

Diante de tantas evidências, não nos resta dúvida de que as dores emocionais não podem ser negligenciadas. Por esta razão precisamos falar sobre o quão necessário se faz o gerenciamento de nossas emoções.

Todas as emoções têm seu valor e não podem ser suprimidas. Corpo e mente estão conectados, e não podemos ignorar este fato. Investir em ações que nos ajudem no processo de autoconhecimento e desenvolvimento de inteligência emocional é fundamental para melhorar nossa saúde e qualidade de vida.

Mas como posso começar a fazer isso?

Procure criar momentos para exercer consciência sobre o que você está sentindo. Pare, respire e reflita: De onde vem essa emoção? Qual o gatilho me faz reagir assim? O que exatamente isso está querendo me dizer? Olhar com franqueza para nossas emoções nos desassocia delas, o que torna maior nosso autocontrole.

Se você precisa de algo, fale! Muitas vezes nos ressentimos com pessoas ou criamos expectativas supondo que o outro adivinhe o que estamos sentindo. Entenda que as emoções também precisam ser comunicadas. O outro jamais poderá saber exatamente o que você sente se você não falar.

Diante uma reação emocional mais desafiadora RESPIRE! A respiração nos traz de volta ao centro e nos impede de agir por impulso sem medir as consequências.

Essas são apenas algumas das muitas ações que podem te ajudar no caminho da inteligência emocional e do autoconhecimento. Dar os primeiros passos pode ser o grande diferencial entre a sua longevidade e o seu adoecimento.

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Amanda de Andrade Zanotto

Advogada. Sócia fundadora da 4U - Startup de bem-estar físico e mental. Mestre e facilitadora dos cursos Avatar de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal no Brasil e nos EUA desde 2010. Pós graduanda em Neurociência e comportamento pela PUC/RS. @4useumelhorpresente