Os benefícios físicos e emocionais do perdão; entenda

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Amanda de Andrade Zanotto

“Se pudéssemos ler a história secreta de nossos inimigos, nós descobriríamos na vida de cada pessoa tristeza e sofrimento, suficientes para desarmar toda hostilidade” (Henry Wadsworth Longfellow)

Não é de hoje que o ato de perdoar é amplamente difundido e exaltado. Ao longo da história o perdão sempre foi tido como ato de extrema nobreza por parte de quem o pratica, haja vista, a grande dificuldade do ser humano em lidar com os diversos sentimentos que uma cicatriz emocional pode ocasionar.

Atualmente, a discussão sobre essa prática transcendeu os limites dos círculos religiosos e passou a ser explorada como parte importante da inteligência emocional surgindo, inclusive técnicas, para o alcance de tal habilidade. Sim! O perdão também é uma habilidade que podemos adquirir!

Mas porque é tão importante perdoar?

Primeiramente, temos que ter a consciência de que a condição de estarmos vivos inevitavelmente nos fará experimentar muitas coisas boas, mas vários tipos de desafios e situações desagradáveis também. Nós sempre estaremos sujeitos a possibilidade de doença, ferimentos ou morte prematura de pessoas queridas.

Esses são os sofrimentos naturais da vida, que devemos suportar, tomar um fôlego e seguir adiante… Faz parte! Não temos como mudar isso! A vida sempre será esta eterna incerteza com a qual devemos aprender a conviver.

Porém, além das circunstâncias naturais, cedo ou tarde, algum de nós fatalmente experimentará ser vítima de ações errôneas e más intenções vindas de nossos próprios semelhantes. Atitudes muitas vezes capazes de nos ferir tão profundamente ocasionando sequelas emocionais que repercutem na nossa saúde física e mental!

Diversos estudos já demonstraram o poder destrutivo de emoções como o rancor, raiva e orgulho em nosso corpo. Alimentar tais sentimentos é como tomar diariamente doses de veneno e esperar a morte do nosso ofensor.

Insano não acha? Por isso, decidir perdoar é muito mais do que uma atitude nobre é uma questão de inteligência. O ato de perdoar consiste em libertar a nós mesmos de nossa própria escravidão. É deliberadamente nos desprendermos da dor e do ressentimento que carregávamos como um peso em nossas costas.

É aceitar o que aconteceu e decidir seguir adiante. Não é ter que conviver ou voltar a compartilhar momentos com seu ofensor, é ressignificar os acontecimentos os enxergando como uma grande oportunidade de aprendizado em diversos aspectos da vida. É compreender de forma profunda que a única coisa que podemos mudar sobre o passado é o quanto nós permitimos que ele nos afete.

Podemos estar sempre no comando, percebe? Além disso, o perdão põe fim ao estresse crônico causado pelo ódio que perturba o sono, aumenta o risco cardiovascular, e dos níveis de depressão e ansiedade.

Perdoar não é fácil! E de maneira nenhuma estamos fazendo essa afirmação. É difícil! Muito difícil, sim! Mas é treino! É propósito! É decisão!

Muitas vezes é fácil encontrar vantagens em nos mantermos na condição de vítimas eternas de nossos infortúnios e isso pode ser extremamente sabotador para o nosso crescimento pessoal, afinal, vítimas não precisam assumir nenhum tipo de autorresponsabilidade e consideram ter o direito legítimo (muitas vezes validado por todos ao seu redor) de culpar, profanar e projetar todas as suas mazelas em seu ofensor.

Permanecer neste espaço mina nosso poder pessoal, nossa energia criativa e nossa saúde! Perdoar é curar a si mesmo, recuperando-se física e emocionalmente.

E aí? Você se considera pronto para tomar esta decisão?

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Amanda de Andrade Zanotto

Advogada. Sócia fundadora da 4U - Startup de bem-estar físico e mental. Mestre e facilitadora dos cursos Avatar de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal no Brasil e nos EUA desde 2010. Pós graduanda em Neurociência e comportamento pela PUC/RS. @4useumelhorpresente