Outubro acaba, mas os cuidados com a mama devem prosseguir o ano todo

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Dr. Luiz Sobral

A demora é inimiga quando o risco é o câncer que mais mata mulheres no Brasil, cerca de 17 mil por ano. O câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. Cerca de 2,3 milhões de casos novos são estimados em todo o mundo, o que representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas nas mulheres. As taxas de incidência variam entre as diferentes regiões do planeta, com as maiores taxas nos países desenvolvidos. Para o Brasil, foram estimados 66.280 casos novos de câncer de mama em 2022, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres. No Espírito Santo a estimativa é de 790 casos por ano.

O câncer de mama também ocupa a primeira posição em mortalidade por câncer entre as mulheres no Brasil, com taxa de mortalidade ajustada por idade, pela população mundial, para 2019, de 14,23/100 mil. As maiores taxas de incidência e de mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.

Os principais sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama são: caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas).

A mamografia com detecção antes dos sintomas é a principal estratégia para evitar a morte pela doença, no entanto, a cobertura desse exame no Brasil que já era ruim, piorou muito com a pandemia do Covid-19, no ano passado, a cada dez mulheres, nem duas fizeram mamografia – o exame mais importante para diagnosticar o câncer de mama. Ou seja, só 17% das mulheres entre 50 e 69 anos fizeram o exame no país. Sendo que a Organização Mundial da Saúde recomenda que ao menos 70% das mulheres com mais de 40 anos façam mamografia uma vez ao ano. No nosso estado também observamos uma queda vertiginosa de exames em 2020, quando pelo SUS apenas 31548 exames foram realizados, quando nos anos anteriores estávamos fazendo quase 60 mil exames. Em 2021 aumentou para 41750, mas ainda muito aquém do mínimo esperado.

Assim a expectava este ano da Sociedade Brasileira de Mastologia na campanha Outubro Rosa é chamar a atenção para esses dados alarmantes e em conjunto com as autoridades sanitárias e com toda sociedade chamar a atenção para o QUANTO ANTES MELHOR. O Outubro Rosa começou na década de 90, nos Estados Unidos, com apenas alguns estados americanos fazendo Campanhas isoladas e hoje é um movimento mundial e tem contribuído para aumentar o apelo à população. Estudo da Sociedade Brasileira de Mastologia revela que durante o mês de celebração o número de realização de mamografia aumenta em quase 40%, o que por um lado é positivo, mas, por outro, demonstra a necessidade de conscientizar o ano todo.

A Sociedade Brasileira de Mastologia preconiza a realização da mamografia anual para as mulheres a partir dos 40 anos. Com o mote QUANTO ANTES MELHOR, a entidade alerta a população para quanto antes realizar os exames preventivos, melhor para a mulher, caso seja detectada com a doença. Se diagnosticada precocemente, as chances de cura podem chegar a 95%. Assim se você tem quarenta anos ou mais e tem mais de 12 meses da última mamografia, não perca tempo agende seu exame logo, QUANTO ANTES MELHOR.

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Dr. Luiz Sobral

Médico Ginecologista e Mastologista. Cirurgia Robótica @sobralvieira