Parei de fumar. E agora?

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Dr. Antonio Carlos Pacheco Filho

Recentemente, escrevi sobre a difícil e inteligentíssima decisão de parar de fumar, uma das tarefas mais árduas de serem executadas em todas as dimensões possíveis, sejam sociais, psíquicas ou morais. Certeiros e fatídicos são os benefícios para quem conseguiu parar de fumar: respiratórios, circulatórios, físicos e mentais. Lembro-me de um trecho da recente publicação:

“Para parar de fumar, o primeiro passo fundamental é a descomunal força de vontade. Somos levados por tentações a todo momento e, para cumprir esse objetivo, a força e energia vitais para movermos montanhas precisam de ser ativadas. Estamos lidando com dependência química causada por uma das substâncias mais poderosas do mundo: a nicotina, que chega em menos de 9s ao cérebro e causa sensação de bem-estar nas inúmeras tragadas durante o dia, em cada esquina, nas noites vazias ou em total solidão”.

Temos duas ameaças agressivas e pungentes atualmente: o cigarro tradicional-historicamente famoso, cinematográfico e comercial e o cigarro eletrônico- tecnológico nas rodas, festas e conversas. O momento da tomada de decisão de parar de fumar e, efetivamente, parar de tragar nos próximos dias nos exige muita coragem, pulso firme e forte. Depois, passar 10-15 dias sem o amigo de todos os momentos, o cigarro- suportando as crises fortíssimas e o desejo de “voltar” ao que era antes, o famoso “jogar a vida pro alto e…”.

Calma! Tudo isto passa! Aos poucos, mas passa! O cérebro começa a (re)enxergar os espectros de cores da vida. Novos caminhos e novas jornadas. Tudo mais vivo e pulsante!

Escrevo para reforçar alguns pontos para quem está nessa luta de parar de tragar ou mesmo de continuar firme e forte com o propósito de não mais acender e tragar um cigarro. O primeiro ponto é o apoio familiar e de amigos. Filhos, cônjuges, colegas e amigos de trabalho e de convívio precisam comprar esta batalha com e por você. Quando um filho se incomoda ou pede, por favor, para os pais largarem o cigarro, não é um pedido qualquer, e sim a súplica pura e genuína de alguém que não quer perder o pai ou a mãe para o cigarro e as inúmeras doenças derivadas, como o câncer de pulmão, cabeça e pescoço.

Outro ponto fundamental que destaco é encontrar uma atividade substituta para o cigarro. No caso, tentar uma atividade saudável que lhe traga benefícios, como a caminhada, a corrida, a natação, o vôlei, o beach tennis e tantas outras mais.

Caso não se enverede pelas modalidades esportivas, acione as habilidades culturais e artísticas, como música, pintura e dança. O cérebro se ocupa e se locupleta com a diferente rotina, você se disciplina e se organiza para a atividade e “olha” com mais cuidado a relação perniciosa entre o cigarro e as atividades pretendidas, principalmente as que demandam esforço físico. Resistência, resiliência, força de vontade, melhora nos resultados, no condicionamento físico e na estética, sentimentos e emoções muito favoráveis e estimulantes para uma nova vida.

Continue! Persista! Os espaços públicos que me serviam de álibi para acender um cigarro não me aterrorizam e amedrontam mais, consigo frequentá-los sem passar por uma crise de abstinência agressiva, dolorida e indesejada. Vontade vem, vontade passa-sempre!

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Dr. Antonio Carlos Pacheco Filho

Biólogo, Bacharel em Direito e Doutor em Odontologia Preventiva e Social. @dr_antonio_pacheco