Saúde mental e autoestima: os riscos da obsessão pelo rejuvenescimento

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Psi. Renata Bedran

A busca excessiva pela juventude pode dificultar a aceitação do processo natural de envelhecimento e a valorização de diferentes fases da vida. Focar em excesso na aparência jovem pode impedir o desenvolvimento de uma perspectiva saudável e positiva em relação ao envelhecimento.

Além disso, as pessoas podem desenvolver uma dependência emocional dos tratamentos de rejuvenescimento, sentindo a necessidade constante de buscar procedimentos estéticos para manter sua aparência jovem, gerando ansiedade e levando a um estado de insatisfação constante com a aparência.

Somado a isso, a constante exposição a imagens e ideais de beleza inatingíveis pode fazer com que as pessoas se sintam inadequadas e insatisfeitas com sua aparência, desenvolvam distúrbios alimentares e problemas de imagem corporal. A busca incessante pela perfeição estética pode levar a problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e baixa autoestima.

O público que mais sofre com isso são as mulheres que tendem a seguir um padrão de beleza imposto sutilmente pela sociedade, pela mídia e pelo modismo. As redes sociais têm um papel cada vez mais relevante na promoção de tendências estéticas. As postagens de influenciadores levam os seguidores a adotarem tratamentos e procedimentos em busca de uma aparência específica.

Além disso, muitas vezes a mídia usa técnicas de edição e retoque digital para criar uma percepção de perfeição facial (redução de rugas, suavização da pele, aprimoramento de traços faciais). Essas imagens alteradas podem criar expectativas irreais em relação à aparência facial, levando as pessoas a buscarem intervenções para se aproximarem desses padrões.

No entanto, a moda muda e cada um tem seu próprio biotipo, mas pessoas querem ter corpos impossíveis para elas. Não é que não devemos nos cuidar, mas não podemos arriscar a saúde, nem nos deformar devido à moda ou de influências externas.

AUTOESTIMA

O ideal é desenvolvermos uma boa autoestima para não nos deixarmos nos afetar pela aparência irreal e inatingível das celebridades e das blogueiras nas redes sociais. Esse processo pode ser desafiador, mas é possível. Com uma boa autoestima você não se afeta pelo modismo e consegue aceitar e apreciar a sua beleza própria individual.

Devemos sempre ter em mente que a mídia não apresenta a diversidade da aparência humana, e muitas vezes promove padrões irreais e inatingíveis de beleza, já que as imagens das redes sociais são cuidadosamente selecionadas e editadas

O QUE FAZER

Temos que ter a consciência crítica em relação à influência da mídia e reconhecer a importância da aceitação e diversidade de rostos e características faciais.

Aprecie quem você é além da sua aparência física. Reconheça suas qualidades, habilidades, valores e conquistas pessoais. Cultive uma visão positiva de si, focando em características internas e nas coisas que você gosta.

Eu aconselharia também evitar o uso de redes sociais, mas se usar, seguir pessoas reais que promovam uma imagem corporal positiva e normal.

É importante praticar o autocuidado para o bem-estar físico e emocional. Isso inclui alimentação saudável, exercícios físicos regulares, sono adequado e atividades que lhe tragam alegria e relaxamento. Ao cuidar de nós mesmos, fortalecemos nossa autoestima e nos concentramos na nossa própria saúde e felicidade.

Se você achar que está enfrentando dificuldades para lidar com pressão das redes sociais, considere buscar apoio de pessoas próximas, familiares, amigos ou profissionais qualificados (psicólogos).

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Psi. Renata Bedran

Psicóloga Clínica e Educadora Parental em Disciplina Positiva. Certificada em Disciplina Positiva pela DPA-USA. Graduada em publicidade e marketing pela Emerson College, Boston, USA. Pós graduada em Psicologia Hospitalar e Pós graduada em Educação Positiva. Trabalha orientando os pais de crianças da primeira infância em como educar os filhos com respeito e empatia. Atua também como psicóloga infantil. @psi.renatabedran