Você costuma julgar os outros? Saiba por que e quais as consequências

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Angela Camargo

Você já teve uma sensação muito boa ao conhecer alguém? Que parecia que vocês já se conheciam há anos? Ou uma energia ruim e pensar que “seu santo não bateu com o dela”?

Isso de energia tem muito o que explicar, mas além desta parte espiritual que cada um tem a sua crença o que podemos refletir aqui é sobre julgamentos.

A neurociência estuda por fotos tiradas do cérebro que áreas diferentes são acionadas quando vemos cenas diferentes e isso está ligado às nossas emoções. Um julgamento acontece em um piscar de olhos. Você vê uma foto de uma família e já consegue ter uma opinião formada sobre eles, sua vida, se são felizes ou não baseado nos seus sentimentos. Pode ter sido pela aparência deles, pelo jeito em que eles estavam se portando, pelo lugar onde a foto foi tirada, enfim, são várias possibilidades de razões que fizeram você formar aquela opinião específica.

Se conseguirmos fazer isso com uma foto, imaginem com uma pessoa na nossa frente! Isso acontece em segundos e por isso temos que estar tão conscientes. Não só do poder que temos através de uma atitude dessas como a arma que isso pode virar contra nós mesmos. Tendo essa consciência talvez quando você sentir um pensamento seu ou opinião sobre determinada pessoa baseada “neste julgamento” premeditado, se pergunte se aquela opinião pode ser apenas um ponto de vista.

Isso porque por mais que você tenha um embasamento fundado em alguma evidência ainda assim pode ser apenas uma versão daquela pessoa.

Já conversamos aqui sobre alinhamento de sentimentos e sobre pontos de vistas. O que eu entendo por felicidade, amor ou tristeza pode ser o oposto do que você entende. Um dia de chuva pode ser um dia em que me sinto triste e para alguém que more na roça um dia de chuva é um dia de alegria e muita gratidão. Então, muitas vezes para entendermos outra pessoa não adianta pensar com a nossa cabeça, temos que nos colocar no lugar dela, entender que existe uma outra pessoa completamente diferente ali que apenas tem uma visão do mundo diferente do que a sua.

Assim quando conflitos acontecerem você pode fazer exatamente isso, tentar refletir sobre outra perspectiva.

Vou colocar aqui uma situação real para você conseguir entender na prática como acontece. Em uma reunião de trabalho quando o chefe foi dar o feedback a um colaborador, ele simplesmente ficou ouvindo todas as acusações daquele líder sobre ele e nada falou para justificar ou abrandar aquela situação.

Este líder sentiu pela aquela atitude que esta pessoa nem valorizava o trabalho dele. O líder teve um julgamento baseado em suas atitudes pessoais, no que ele faria se um superior dele o confrontasse. Se esse líder tivesse essa consciência de se questionar sobre aquela atitude poderia ter chagado à verdade sobre o que estava acontecendo.

Mas, a verdade o que o colaborador estava pensando e vivendo não era sobre o trabalho dele propriamente dito, era que sua esposa estava muito doente em casa, ele estava se virando para dar conta da casa e de seu trabalho. Ele só precisava ir embora e não queria falar nada pessoal para o chefe para não misturar o trabalho com seus problemas pessoais, ele planejava falar sobre suas atitudes em outro momento.

Consegue perceber que o fato de o funcionário “não responder nada” não significa que ele queira ser demitido?

Se você gostou ou não gostou de uma pessoa ou situação pela qual esteja vivendo pare e reflita se você estava conectada sem seus julgamentos e tentando experimentar a realidade dos fatos sobre todas as perspectivas que há. Pode ser que não consiga refletir sobre todas, mas ao menos tente ocupar um outro ponto de vista que não seja aquele se “fixado”.

Por isso é que é falado que as crianças conseguem se conectar mais. Por serem puras e não estarem tão carregadas de julgamentos elas simplesmente veem as coisas como elas realmente são, um feedback de um chefe é simplesmente um feedback, não quer dizer que será demitido ou que seu chefe não goste de você, pode ser inclusive o oposto, que por gostar do seu trabalho e esteja querendo te dar um toque para você melhorar em um ponto ou em outro. Da mesma forma a postura do colaborador de não falar o que o líder acha que deveria ser falado também não significa que ele não se importa com o trabalho e assim por diante…

Tente sentir sem analisar por você mesmo. Refletir é uma excelente forma de estarmos em constante melhoria. E assim como as nossas atitudes, as ações dos outros têm suas razões próprias e analisar de uma perspectiva maior certamente te fará ser mais leve e real.

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Angela Camargo

Sócia fundadora da 4U – Startup de bem-estar físico e mental. Pós-Graduada em Neurociências e Comportamento pela PUC-RS. Doutoranda pela PUC SP. Master e Licenciada pela StarEdge dos cursos Avatar de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal no Brasil e nos EUA. Advogada Tributarista e Mestre em Garantias e Direitos Fundamentais. Prof. de cursos profissionalizantes sobre comportamento, empreendedorismo jurídico e inteligência emocional. @4uinteligenciaemocional