Você é feliz?

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Amanda de Andrade Zanotto

Até hoje ninguém conseguiu traçar um conceito único e absoluto de felicidade. Ao mesmo tempo que temos muitas divergências sobre o tema, em alguns pontos temos quase unanimidade de opiniões.

Podemos dizer que felicidade é um estado de espírito, um conjunto de sentimentos prazerosos que envolve plenitude, satisfação e equilíbrio físico e mental, onde o sofrimento dá lugar a paz interior. Hoje, existem diferentes abordagens sobre o estudo da felicidade:

– Podemos tratar felicidade de forma filosófica;
– Religiosa;
– Ou até psicológica.

Isso, justamente pela dificuldade de definirmos felicidade e a sua medida. Alguns métodos já foram desenvolvidos para medir os níveis de felicidade nas pessoas, como por exemplo o Questionário da Felicidade de Oxford… Esses métodos levam em conta fatores físicos e psicológicos, tais como envolvimento religioso ou político, estado civil, paternidade e idade. Em linhas gerais podemos dizer que o estado de felicidade está intimamente ligado ao equilíbrio emocional dos indivíduos e sua satisfação com a vida.

Diante desta constatação, fica fácil perceber o quanto nossa sociedade atual “vende” constantemente prazer momentâneo como felicidade. Os grandes veículos de mídia e as redes sociais fomentaram ao longo dos anos a ideia de que o TER se sobrepõe ao SER, e desta forma estamos imersos na crença de que precisamos consumir mais e mais pois nunca somos ou temos o suficiente.

A felicidade prometida pelo marketing está sempre vinculada a ter algo, ser alguém, ou estar em algum lugar de destaque. Essa dinâmica ilusória sobre o significado real da felicidade está causando cada vez mais tristeza e frustração nas pessoas.

Não é por acaso que todo esse sentimento de inadequação e não pertencimento vem provocando uma escalada assustadora nos números de depressão e suicídio entre as mais variadas faixas etárias. Hoje, ser feliz virou sinônimo de ostentar. Corpos, dinheiro, viagens, carros não importa! Vendemos a ideia de que felicidade se resume a isso e aqueles que porventura não estejam inseridos neste pacote são taxados como eternos infelizes.

É importante dizer que a busca por realização de desejos e fuga do sofrimento faz parte da natureza humana, porém é preciso ampliar a consciência e compreender que a verdadeira felicidade é algo muito além de conquistas materiais, que independe de fatores externos para ser alcançada, ao contrário, ela é determinada pelo estado mental da pessoa e sua capacidade de gerenciar emoções diante dos acontecimentos.

Quanto maior for nosso nível de autoconhecimento e inteligência emocional, maior será nossa capacidade em desenvolver constantes estados de plenitude e consequentemente aumentar nossos níveis de satisfação com a vida.

Por isso investir em autoconhecimento e em ações que aumentem nossos níveis de equilíbrio emocional é extremamente importante. Além disso, ter um propósito maior de vida, ser grato pelas pequenas coisas e saber apreciar o valor do momento presente são atitudes alinhadas para o alcance da melhor ideia de felicidade que conseguimos definir.

Devemos ter a consciência de que a felicidade é sempre uma jornada contínua de realizações e não um ponto de chegada. Amadurecer emocionalmente sabendo cultivar emoções positivas independentemente das circunstâncias externas é o grande segredo para alcançarmos níveis maiores de satisfação com a vida.

Uma vida em plenitude onde há equilíbrio entre corpo e mente é o que podemos definir como o que mais se aproxima do tão complexo e divergente conceito de felicidade.

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Amanda de Andrade Zanotto

Advogada. Sócia fundadora da 4U - Startup de bem-estar físico e mental. Mestre e facilitadora dos cursos Avatar de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal no Brasil e nos EUA desde 2010. Pós graduanda em Neurociência e comportamento pela PUC/RS. @4useumelhorpresente