Você já experimentou a “pílula da felicidade”?

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Andrea Camargo

Quanto tempo do seu dia você passa fazendo, comprando, comendo, bebendo, assistindo (caberiam aqui dezenas de verbos) coisas somente para ser mais feliz? Hoje em dia não basta você empregar esforços para não se estressar. Já se tornou importante e, faz parte de muitas pessoas ao nosso redor, a preocupação em estar de fato FELIZ, pleno e vivendo o seu propósito todos os dias. Mas essa tal de felicidade? Será que já existe em pílula, ou demanda tantos esforços assim?

Paul Zak, PhD em Economia pela Universidade da Pensilvânia e professor de neurociência na Claremont Graduate University, no sul da Califórnia, explica que a evolução não foi projetada para deixar os humanos felizes e sim que a espécie esteve focada apenas no modo de sobrevivência, portanto, precisamos da neurociência para compreender a evolução do cérebro.

Zak compara a felicidade propriamente dita com o estado de bem-estar com a vida, ensinando que a felicidade é momentânea, é como estamos em determinados momentos, enquanto a satisfação com a vida é como eu concebo todos os meus momentos: “Os antigos gregos chamavam isso de Eudaimonia. Isso realmente significa viver uma vida plena e com propósito, uma vida com significado”.

Mas, se nosso instinto não tende a provocar tal felicidade e sim somente a sobreviver, como podemos alcançá-la sem termos que gastar uma vida inteira correndo atrás dela? O professor explica que sempre que tivermos uma interação positiva com outro ser humano, a ocitocina fará com que o cérebro produza um pouco de dopamina que servirá como mensagem para estimular e recompensar a interação. E ainda, a ocitocina também causa liberação de serotonina, associada ao humor.

Bom humor

Portanto, mais serotonina no cérebro, faz com que as sinapses no cérebro causem uma melhoria no humor, reduzindo os níveis de estresse. Ele traz assim a ideia de contribuir para a liberação desses hormônios. Provocar o nosso celebro a contribuir para uma maior quantidade de ocitocina, serotonina e dopamina seria possível com a ação de “hackear hábitos e experiências”, ou seja, provocar intencionalmente, determinadas ações que trazem felicidade como parte da rotina, visando integrar estas experiências na vida do indivíduo.

Podemos dizer, portanto, que bons hábitos nos levam à felicidade, pois quando entendemos o que nos traz alegria e o que não traz, podemos nos mover em direção daquilo que nos trará satisfação na vida. Isso significa que se você começar a direcionar sua vida para atividades que aumentam as interações sociais ou que promovam comportamentos sociais positivos, teremos como recompensa a felicidade.

Portanto, não precisamos esperar o fim do expediente, a hora do almoço, os finais de semana ou férias para sermos felizes, podemos ser felizes no trabalho, criando confiança entre os colegas, ou compreendendo o propósito social da empresa. Basta, portanto, essa atitude positiva e a instalação de bons hábitos. Logo, alcançar a satisfação com a vida, por mais que demande mais esforços que a sonhada ingestão de uma pílula, é mais fácil que pensamos. Bora praticar?

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Andrea Camargo

Sócia fundadora da 4U – Startup de bem-estar físico e mental. Pós-Graduada em Neurociências e Comportamento pela PUC-RS. Doutoranda PUC SP. Master e Licenciada pela StarEdge dos cursos Avatar de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal no Brasil e nos EUA. Advogada Empresarial e Mestre em Garantias e Direitos Fundamentais. Prof. de cursos profissionalizantes sobre comportamento, empreendedorismo jurídico e inteligência emocional. @4uinteligenciaemocional