Pague para entrar e reze para sair! Conheça as 5 corridas mais extremas do mundo

Uma maratona que sobe os 5 mil degraus das Muralhas da China. Uma prova de 400 metros de subida que só é concluída em 5 horas. Uma corrida de 160 quilômetros em 60 horas em que o prêmio é uma cadeira para o corredor sentar. 250 km em sete dias no Deserto do Saara com temperaturas entre de 0º C a 50ºC. Uma maratona de 42km e uma ultramaratona de 100km no continente mais frio do planeta. Sim, essas são as cinco provas de corrida mais extremas (e insanas!) do planeta. Conheça cada uma delas e responda nos comentários: você teria coragem de encarar?

Maratona da Muralha da China
Quando ocorre? Em 2015, será no próximo dia 16 de maio | Site oficial

Com nada mais nada menos que 5.000 degraus, a Great Wall Marathon ou Maratona da Muralha da China tem um dos percursos de 42 km mais difíceis do planeta! Mas os corredores também podem optar por percursos menores – 21 km e 8,5km – para aproveitar a vista de um dos maiores ícones chineses e se divertir na Grande Muralha.

Logo no início da prova os corredores encaram uma subida de 5 quilômetros ladeira acima. Em seguida surgem 3 km somente de degraus na Grande Muralha. Depois os corredores percorrem uma extensão de estradas pavimentadas e não asfaltadas passando por dentro de várias aldeias de povoados chinesas. É a oportunidade perfeita para interagir com os nativos que habitam essa remota parte da China e que quase nunca vêem visitantes. A última grande parte do percurso ainda tem 5 km de colina íngreme, mas desta vez descendo.

O percurso pode ser dividido em duas partes: a primeira com cerca de 9 quilômetros marcados por subidas íngremes e descidas moderadas. Os maratonistas dos 42km passam por este trecho duas vezes e os da meia maratona, só uma vez. Já a segunda parte do percurso, que leva os corredores a passarem pelas aldeias e campos de arroz, é formada por estradas planas de asfalto e cascalho. Os maratonistas também encontrarão uma longa subida neste trecho.

Sobre a Grande Muralha da China são percorridos, por todos os corredores (maratonistas e meio-maratonistas) cerca de 7 quilômetros.

Ou seja, além de desafiadora, a Maratona da Muralha da China é uma bela opção de destino do “maraturismo”, que alia viagem de férias com uma prova de corrida!

Red Bull 400 na Áustria
Quando ocorre? A edição da prova no Canadá será dia 19 de julho | Site oficial 

Essa é pra subir “de gatinho” e não olhar para baixo! A Red Bull 400 é a maior corrida íngreme da Europa. O percurso não chega a ter nem quilômetros. São “só 400 metros”, o equivalente a mais de quatro campos de futebol, com inclinação de 45 graus!

A prova foi idealizada pelo ex-velocista austríaco Andreas Berger. Depois de ver a colina em Kulm, na Áustria, ele pensou em usar o local como a pista de 400 metros mais extrema do mundo. Berger e sua esposa foram os primeiros a correr até o topo, e decidiram que era difícil, mas possível.

Kulm é uma das encostas mais íngremes da Terra, com uma inclinação média de cerca de 45% e um ângulo de subida de 37 graus em suas seções mais difíceis. A diferença de altitude da base até o topo é de 180 metros. Além disso, a grama da parte inferior da pista é muito escorregadia e os corredores não podem usar nenhum calçado especial. Já a segunda etapa ocorre em concreto liso, forçando os participantes a mudar sua abordagem.

O montanhista e corredor profissional turco Ahmet Arslan ganhou todas as edições masculinas do Red Bull 400 até agora. Em 2014, ele estabeleceu um novo recorde com um tempo de conclusão de 4:57.50. A vencedora feminina, a austríaca Andrea Mayr, cruzou a linha de chegada em 5:34.10.

Pode não ser um evento de corrida como as habituais provas de 400 metros, mas a Red Bull 400 não é, definitivamente, nada fácil. Qualquer corredor pode se inscrever para participar das eliminatórias, mas os 49 participantes que fazem a final geralmente são alpinistas e corredores treinados com músculos “de aço”. Tradução do site OddityCentral.

Barkley Marathons 100 milhas
Quando é realizada? Mês de abril | Site oficial 

160 quilômetros em 60 horas. Em 30 anos, apenas 14 corredores conseguiram completar a Barkley 100, uma ultramaratona que tem como palco as assombrosas montanhas do Tennessee, nos Estados Unidos. É sério, parece cenário de filme de terror.

Os corredores precisam subir o equivalente a dois Montes Everest, cerca de 20 mil metros. Ao todo, percorrem um circuito com cinco voltas de 32 quilômetros no tempo-limite de 60 horas. O que deixa qualquer pessoa com calafrios é o fato que, somando todas as escaladas que o atleta tem que realizar ao longo do percurso, ele tem subir mais de 18 km de pedras, espinhos e árvores prestes a entrarem em colapso. O recorde da prova foi registrado em 2008 com 55h42min27seg.

Essa corrida sinistra foi criada por um grupo de amigos inspirada em uma fuga ocorrida em uma das prisões americanas mais isoladas, a Brushy Mountain State Prison. E a dificuldade começa para se inscrever. Os corajosos que topam o desafio precisam descobrir o email dos organizadores da prova por conta da própria. Não tem essa de “clique aqui” e seja direcionado para o site de inscrição não… Depois de enviar o email, o corredor precisa ser “escolhido” para o desafio. Só os participantes selecionados é que sabem a data e o local da largada da prova.

Realizada em meados do mês de março ou abril, a largada ocorre sempre entre a meia noite e o meio-dia de um sábado no Parque Estadual Frozen Head. Usar GPS é proibido na Barkley 100. O percurso é demarcado por livros amarrados às árvores e o corredor precisa arrancar a página que corresponde ao seu número de peito.

Detalhe, quem participa pela primeira vez precisa entregar como “inscrição” a placa de seu carro. Quem consegue participar de uma segunda edição, deve levar peças de roupas para os organizadores, que quase nunca descem a montanha.

Qual a premiação? Nada de troféu ou dinheiro! O prêmio para quem consegue completar a Barkley 100 é simplesmente parar de correr e a honra de entrar para o seleto grupo de apenas 14 finalistas desde 1986. E pensa que tem hidratação, lanche ou medalha no final? Nada! Para quem completa o percurso no tempo estabelecido é entregue apenas uma cadeira. Sem dúvida, essa é a pior e a mais difícil corrida do mundo!

Maratona dos Sables – Deserto do Saara – Marrocos
Quando ocorre? Em abril | Site oficial 

Sete dias correndo 250 km no deserto com temperaturas que variam de 0º C a 50ºC. Conhecida como a “corrida a pé mais dura do planeta”, a Maratona des Sables é realizada no mês de abril em pleno Deserto do Saara. A prova conta com diversos estágios, cada um deles com um limite de tempo. Os organizadores do evento oferecem água e cuidados médicos em cada ponto de encontro dos corredores, mas mesmo assim, os participantes correm sérios riscos no percurso, como o caso de se perderem no meio de toda aquela areia. Foto: Reprodução | Caveman Circus

Participam aproximadamente mil atletas de diversas partes do mundo. Mas nem todos conseguem concluir o percurso impedidos por insolação, desidratação, infecção intestinal e lesões, principalmente nos pés.

Maratona da Antártica – Antarctic Ice Marathon & 100k
Quando ocorre? Em janeiro | Site oficial

42km, 21km, 100km e 160km. Quatro opções de percursos para correr no continente mais frio do planeta. Privilégio (ou não) para poucas dezenas de corredores, geralmente são 38 a 40 participantes. O cenário da Maratona da Antártica não muda. É todo branco do gelo.

O objetivo do criador da prova, o irlandês Richard Donovan, era que os maratonistas pudessem correr em todos os sete continentes do planeta. A corrida acontece debaixo de uma temperatura de -20º e sensação térmica de -50º, com ventos de até 200 km/h.

Se em uma maratona no asfalto, em condições climáticas favoráveis, as bolhas nos pés e a necessidade de hidratação são inevitáveis, os participantes da corrida no gelo tem uma preocupação a mais: a “frostbite”, que nada mais é o congelamento dos tecidos das extremidades do corpo, como nariz, orelhas e ponta dos dedos.

Antes de largarem, os corredores se encontram em Punta Arenas, no Chile, de onde embarcam em expedição para a Antártica. O valor da inscrição gira em torno de R$ 30 mil, incluindo passagens do Chile e as “diárias” no acampamento da Antártica. Os participantes têm direito a alojamento e alimentação durante os cinco dias de estadia.