Mar 2024
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VOZ DA INCLUSÃO

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O projeto reúne diversos pesquisadores

Pesquisadores brasileiros embarcam em uma nova empreitada para desvendar os mistérios do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Este distúrbio neurológico afeta variados aspectos do desenvolvimento cerebral, comportamento, comunicação e interações sociais em indivíduos diversos. Estimativas da Rede de Monitoramento de Autismo e Deficiências do Desenvolvimento do CDC sugerem que, somente no Brasil, uma em cada 36 crianças são diagnosticadas com o transtorno, totalizando mais de 6 milhões de brasileiros vivendo com essa condição diariamente.

Segundo o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, pós-Doutor em neurociência, o TEA se manifesta em diversas formas e intensidades, desde casos mais leves, em que a pessoa pode levar uma vida independente, até casos mais graves, exigindo cuidados e apoio constantes. “As características geralmente aparecem nos primeiros anos de vida e persistem ao longo da vida da pessoa. Alguns dos sinais comuns incluem dificuldades na comunicação verbal e não verbal, padrões de comportamento repetitivos e interesses restritos. Essa é uma condição complexa e multidimensional, e cada pessoa com autismo é única, com suas próprias características e necessidades. Por isso, iniciamos a pesquisar sobre o tema, não somente para trazer novos dados sobre o autismo, mas para auxiliar pessoas que lidam diariamente e têm a vida impactada pelo transtorno”, afirma Agrela.

O estudo é liderado pelo Grupo de Pesquisa TEA (RG-TEA), composto por especialistas e indivíduos com experiência pessoal no transtorno, como o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, Dra. Lorrana Gomes, Giovanna Cariry, Dra. Roselene Espírito Santo Wagner, Dra. Natalie Banaskiwitz, Dr. Flávio Henrique e Dr. Daniel Silveira. O grupo investigará aspectos genéticos, neurológicos e comportamentais do TEA, visando interação e apoio àqueles que vivem com a condição. Uma das iniciativas principais do RG-TEA é o estabelecimento de uma comunidade online dedicada, onde pessoas com TEA, suas famílias e profissionais de saúde podem se reunir para compartilhar experiências e buscar apoio mútuo.

Um ponto inovador do estudo é sua ênfase na construção de identidade para pessoas com TEA. Reconhecendo a singularidade de cada indivíduo, o RG-TEA busca promover uma compreensão mais inclusiva do autismo, valorizando as perspectivas e contribuições das pessoas com TEA para a sociedade.

Para Agrela, o objetivo vai além do entendimento científico do autismo; é também proporcionar um ambiente seguro e acolhedor onde pessoas com TEA se sintam reconhecidas e valorizadas. “Queremos promover uma visão mais inclusiva do autismo, onde as diferenças são celebradas e as pessoas são apoiadas em sua busca por uma vida plena e significativa”, acrescenta o cientista.

Além do suporte emocional e social, o RG-TEA planeja realizar novas pesquisas sobre diversos aspectos do autismo, incluindo novas abordagens de diagnóstico, terapias eficazes e estratégias para melhorar a qualidade de vida das pessoas com TEA e suas famílias. O projeto está sendo lançado em colaboração com o Centro de Pesquisa e Análises Heráclito (CPAH) e o projeto GIP, que analisa o TEA através da genética.

O lançamento oficial do projeto está programado para o próximo mês de abril, com a abertura da comunidade online e o início das primeiras pesquisas. Pessoas interessadas em se envolver com o RG-TEA como membros da comunidade ou colaboradores em pesquisa são incentivadas a entrar em contato e se juntar a esta iniciativa inovadora para promover a compreensão e o apoio ao autismo.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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