ECONOMIA CIRCULAR: Redefinindo o Futuro do Desenvolvimento Sustentável

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Texto de autoria de : Angela Camolese

Nos últimos anos, a preocupação com a sustentabilidade tem aumentado significativamente. À medida que os desafios ambientais se tornam cada vez mais regulamentados, a preocupação com a subsistência da humanidade aumentou, devido a explosão tecnológica das Inteligências artificiais.

Portanto a busca por soluções inovadoras que promovam o desenvolvimento sustentável e inclusão social, tem se intensificado. Nesse contexto, a economia circular vem ganhado destaque como um modelo alternativo ao atual paradigma econômico linear, oferecendo uma abordagem mais sustentável para a produção e o consumo.

Bem antes do termo ESG, ter sido lançado pelo Fórum Econômico Mundial, o modelo já era o conceito do meu trabalho. Para mim, Design é qualidade de vida e cidadania. Uma vez que Design, abrange desde a concepção, a escolha de materiais, custo de produção, até o que será feito com objeto quando esse se tornar obsoleto, aplica-se estratégias de sustentabilidade.

Meu princípio é considerar os conceitos e critérios do design sustentável como uma ferramenta nas interfaces homem-objeto-meio-ambiente. Design é projeto e, desta forma, pode-se projetar a esperança de um mundo melhor.

Meu grande desafio sempre foi aproximar a indústria e o artesanato. Como o parque tecnológico do Brasil é ainda inexpressivo, acredito que o acabamento artesanal é uma entrada para a solução mercadológica num cenário de globalização.

Esse grande diferencial traz uma identidade expressiva construída a partir dos materiais e técnicas artesanais locais; além de incluir socialmente quase 90% da população que não está qualificada para o trabalho nas indústrias.

Depois disso, desenvolvi trabalhos para grandes empresas, como a Samarco, para relacionamento com as comunidades do entorno.

Dessa forma, estou muito feliz que a ESG tenha encontrado solo fértil no Brasil, principalmente com o tema economia circular.

O QUE É ECONOMIA CIRCULAR?

A economia circular é um conceito que propõe a criação de um ciclo contínuo de produção, consumo e reciclagem de materiais, minimizando o desperdício e maximizando a eficiência dos recursos. Ao contrário do modelo econômico tradicional, que é baseado em uma lógica linear de “extrair-produzir-descartar”, a economia circular busca manter os recursos em uso pelo maior tempo possível, recuperando e regenerando produtos, componentes e materiais ao final de sua vida útil.

PRINCÍPIOS DA ECONOMIA CIRCULAR

A economia circular é fundamentada em três princípios-chave:

Design regenerativo: O primeiro princípio envolve a criação de produtos e sistemas com a intenção de serem regenerativos e restauradores. Isso significa projetar produtos de maneira que eles possam ser desmontados, reparados, reutilizados e reciclados, evitando a obsolescência programada.

Ciclos de materiais: O segundo princípio busca promover a recuperação e reaproveitamento de materiais ao final do ciclo de vida de um produto. Isso inclui a adoção de práticas de reciclagem, compostagem e recuperação de energia, a fim de manter os materiais em circulação, minimizando a retenção de recursos naturais.

Energia renovável: O terceiro princípio defende a transição para o uso de fontes de energia renováveis, atraindo a dependência dos combustíveis fósseis. A energia gera desempenhar um papel crucial na economia circular, impulsionando processos de produção mais limpos e responsáveis.

BENEFÍCIOS DA ECONOMIA CIRCULAR

A adoção da economia circular traz uma série de benefícios para a sociedade, o meio ambiente e as empresas. Alguns dos principais benefícios incluem:

Redução do desperdício: A economia circular minimiza o desperdício de recursos naturais, conseguiu a sobrevivência de matérias-primas virgens e evitou a perda de resíduos sólidos.

Eficiência dos recursos: Ao prolongar a vida útil dos produtos e promover a reciclagem, a economia circular permite um uso mais eficiente dos recursos, esperançosamente para a conservação ambiental e a sustentabilidade.

Estímulo à inovação: A transição para a economia circular requer a criação de novas tecnologias, modelos de negócios e processos de produção. Isso impulsiona a inovação e a geração de empregos em setores relacionados à sustentabilidade.

Resiliência econômica: A economia circular promove a diversificação da economia, a dependência de recursos reduzidos e voláteis. Isso torna as empresas e as comunidades mais resilientes a choques biológicos e ambientais.

Criação de valor: A economia circular estimula a criação de novos mercados e oportunidades de negócios, à medida que a demanda por produtos e serviços sustentáveis aumenta. Isso pode gerar benefícios psicológicos a longo prazo.

DESAFIOS E OBSTÁCULOS

Embora a economia circular defenda uma abordagem promissora para a sustentabilidade, existem desafios e obstáculos a serem superados. Alguns dos principais desafios incluem:

Mudança de mentalidade: A transição para a economia circular exige uma mudança fundamental na maneira como produzimos, consumimos e descartamos produtos. É necessário um esforço conjunto de governos, empresas e consumidores para adoção de uma nova adoção baseada na sustentabilidade.

Infraestrutura e logística: A implementação efetiva da economia circular requer infraestrutura e logística para coleta, triagem, reciclagem e redistribuição de materiais. Isso pode exigir investimentos influentes e colaboração entre os setores público e privado.

Barreiras regulatórias: alguns regulamentos e políticas podem dificultar a transição para a economia circular. É importante que os governos adotem medidas, como incentivos fiscais e regulamentos que promovam a sustentabilidade e a reciclagem.

A economia circular oferece uma visão alternativa e promissora para a promoção do desenvolvimento sustentável.

Ao adotar princípios como design regenerativo, ciclos de materiais e energia renovável, podemos reduzir o desperdício, maximizar a eficiência dos recursos e criar um futuro mais sustentável. No entanto, a transição para a economia circular requer esforços colaborativos de governos, empresas e consumidores, bem como investimentos em infraestrutura e inovação. Ao superar esses desafios, podemos redefinir o futuro do desenvolvimento econômico, protegendo o meio ambiente e garantindo um futuro próspero para as futuras gerações.

Encantada com a diversidade material do Espírito Santo, desenvolvi pesquisa sobre as técnicas artesanais de diferentes etnias que colonizaram essa região.

Percorri nos anos 2002 a 2009, os núcleos de produção e comercialização de artesanato de referência cultural em várias cidades do Estado, como consultora para criação de novos produtos com iconografia própria.

PROJETO DE GERAÇÃO DE RENDA ARTESANATO E DESIGN

UM CASE DE SUCESSO: Consultoria no Polo Moveleiro de Linhares /ES

Marchetaria de Linhares/ES

Os pontos altos da cultura Linharense são, o folclore, a música, a literatura, o artesanato e as artes plásticas. O Folclore do Município de Linhares tem sua maior expressão em Regência e Povoação.

Porém, a atividade econômica mais relevante do município é a do Polo Moveleiro, o maior do Espírito Santo e o 6.º do Brasil, com 96 empresas que geram aproximadamente 8.000 empregos.

Fiz uma pesquisa iconográfica da Região com levantamentos fotográficos de igrejas, pontes, rio doce, árvores, mas o que mais me chamou atenção foram as flores da fruticultura local. Propus que utilizássemos as flores do café, mamão, maracujá e cacau para identificar o Grupo, como motivos das peças.

Usamos os descartes de madeira e lâminas das empresas moveleiras, que seriam queimadas, mas nas mãos dos primorosos artesãos, se transformaram em produtos

Criei sousplat, bandejas, caixinhas com porta copos, luminárias, com os motivos das flores da fruticultura de Linhares.

Da autora:

Angela Camolese é formada em Design de Interiores, é especializada em Produtos, e Pós-Graduada em Paisagismo, pela UFLA, atua também como consultora de ESG em design social com resíduos de empresas, agrícolas e pesqueira.

Em todos os projetos que assina, está um grande desafio: aproximar a indústria e o artesanato promovendo a inclusão social.

Através da pesquisa, Identidade Regional e as técnicas artesanais das etnias colonizadoras do Espírito Santo busca fundamentos para a tematização de ambientes.

Angela Camolese, possui uma percepção aguçada e criar conceitos para cada um de seus projetos é uma grande aventura, diante da diversidade cultural e material do Brasil.

Prioriza criar produtos que possam ser usados, consumidos localmente, nos hotéis, pousadas, escritórios, bares e residências, atuando também como facilitadora das vendas dos produtos desenvolvidos pelas comunidades.

Contato: [email protected]

[email protected]

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