No ano de 2020, o setor de consórcios teve um crescimento de 21,5% em relação a 2019, chegando ao número de mais de 7,8 milhões de consorciados ativos. Isso representa recorde no segmento, de acordo com dados da Associação Brasileira de Administradores de Consórcios (Abac). Esse aumento, mesmo em um cenário de pandemia, se explica principalmente pelo fato de uma maior preocupação com a necessidade de formação de patrimônio.
O consórcio é uma modalidade de compra em conjunto realizada por um grupo de pessoas físicas ou jurídicas que estão interessadas em adquirir o mesmo tipo de bem. Com ele, um número de compradores se reúne para contribuir mensalmente e formar uma “poupança” com o objetivo específico de adquirir bens para todos os membros do grupo. Nesse sentido, o consorciado faz pagamento de parcelas para retirar o bem ao final do prazo da carta de crédito ou quando for contemplado.
Essa modalidade é diferente dos financiamentos, em que, basicamente, o bem é adquirido primeiro e as prestações são pagas ao longo do tempo com taxas de juros determinadas em contrato. Difere também dos investimentos, onde o indivíduo aplica seus recursos visando formação de “poupança” e recebe uma remuneração por isso, como nos CDBs, títulos do tesouro, fundos, ações, entre outros.
Nesta modalidade, o participante não paga juros, a cobrança que incide sobre a carta de crédito, é a taxa de administração e o percentual para formação do fundo de reserva. Os participantes devem estar atentos a essas taxas, pois variam bastante de acordo com a instituição e podem tornar essa modalidade ainda menos vantajosa.
O consórcio é uma modalidade mais barata que o financiamento e o consorciado também pode escolher tanta quantidade, quanto o valor das parcelas que irá pagar, o que auxilia na adequação financeira, bem como no planejamento.
Outro ponto de atenção é alteração dos valores das parcelas de acordo com a valorização do bem. É importante lembrar que o valor do bem é corrigido ao longo do tempo, desta forma a carta de crédito e as parcelas também são corrigidas. O índice de correção das parcelas irá depender do contrato e do tipo de consórcio , se for imobiliário, geralmente será corrigido pelo INCC (Índice Nacional do Custo da Construção), para os demais bens, a correção geralmente é pelo IPCA.
Para mostrar em números : vamos supor que você queira comprar um carro no valor de R$ 42.300,00, aproximadamente. Numa simulação de consórcio em 60 meses, seriam pagas parcelas de R$ 870,39. Por outro lado, imagine que você queira aplicar essas mesmas mensalidades em um título Tesouro IPCA+ 2026, com rentabilidade equivalente ao IPCA + 3,44% (se considerar um IPCA constante de 4% ao ano). Nessas condições, o valor líquido da retirada — após descontados impostos e taxas — seria de cerca de R$ 62 mil.
Dessa forma, investir as parcelas do consórcio em produtos de investimento disponíveis no mercado pode ser uma alternativa melhor, uma vez que, no fim das contas você está pagando para guardar seu dinheiro, pois conforme falamos, não poderá adquirir o bem imediatamente.
Neste caso, você deve definir o prazo para adquirir esse bem, caso tenha necessidade imediata, terá que arcar com os juros de um financiamento, caso tenha uma flexibilidade em relação ao prazo deverá investir os recursos em produtos de investimentos que irão gerar ganhos de rentabilidade e te ajudar a atingir seu objetivo.
As simulações foram feitas nos seguintes sites: Consórcios Bradesco e Preços e taxas dos títulos IPCA, Pré e Pós-fixados.
Taxas, condições e cotas podem ser alteradas diariamente, assim como taxa de remuneração do Tesouro Direto,
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória
