Abr 2021
19
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Abr 2021
19
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

IPO da Caixa Seguridade

Em 2020 as empresas bateram recorde de captação por meio de ofertas públicas — IPOs e follow-ons — em bolsa desde 2010. Foram aproximadamente R$ 117 bilhões arrecadados. Já o valor captado apenas em IPOs — empresas entrando na bolsa — foi de cerca de R$ 43 bilhões, o maior desde 2007. Em 2021, as perspectivas também são positivas, com R$ 32 bilhões em menos de quatro meses.

E porque isso é bom? Basicamente, há três formas principais das empresas captarem recursos: empréstimos bancários, emissão de debêntures — pegar emprestado diretamente com pessoas, com uma remuneração determinada — e por meio da bolsa.

O IPO se mostra vantajoso, nesse sentido, porque ele não envolve o pagamento de nenhuma taxa à terceiros, apenas a distribuição de lucros caso houver — por meio dos dividendos. Por isso, além de desonerar as empresas, também vale a pena para o acionista, que passa a ser sócio da empresa.

Partindo dessa premissa, a Caixa resolveu abrir o capital da Caixa Seguridade, podendo movimentar até R$ 6,5 bilhões, em venda que pode atingir um máximo de 17,25% de participação na seguradora, o equivalente a 517.500.000 ações, permanecendo 82,75% sob o controle da estatal.

As reservas, isto é, a possibilidade de participar do IPO, podem ser feitas até o dia 26/04 e o início das negociações no dia 29/04, quando você poderá comprar e vender ações da Caixa Seguridade em bolsa.

Fundamentos da empresa

A Caixa Econômica Federal é a atual controladora de 100% das ações da Caixa Seguridade, que atua no segmento de seguros no Brasil. A empresa atua nos seguintes segmentos: seguros residencial, prestamista — cuida da quitação de dívidas em caso de morte ou invalidez —, previdência privada, habitacional, seguro de vida, títulos de capitalização e consórcios. Além disso, ela também oferece serviços de Previdência Complementar Aberta e outros serviços.

Todos esses produtos são mais facilmente vendidos porque a companhia possui direito exclusivo à base de clientes, rede de agências e outros canais de distribuição da Caixa até 2050, podendo continuar utilizando-se dessa vantagem, renovável por períodos sucessivos de 35 anos.

Esse processo faz parte de um movimento da empresa controladora de desestatização. Além do IPO da Caixa Seguridade, a empresa vendeu todas as ações votantes que possuía no Banco Pan ao BTG Pactual, por R$ 3,7 bilhões. Ainda foram alterados termos de contrato com a CNP e encerrados contrato com a Wiz, direcionando todos os serviços anteriormente prestados por elas para a Caixa Seguridade.

Sobre a situação financeira da Caixa Seguridade em 2020, esta registrou R$ 39,1 bilhões de faturamento e R$ 1,8 bilhão de lucro líquido recorrente, alta de 5,2% ante 2019. Além disso, o market share — percentual de dominação do mercado — da companhia é de 13,5%, o terceiro maior entre os pares. Já as despesas financeiras — valores pagos a título de encargos e juros — de 2020 em comparação com 2019 aumentaram 70%.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.

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