Abr 2021
26
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Abr 2021
26
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Finanças comportamentais

Os indivíduos são dotados de racionalidade limitada, inclusive no mundo dos investimentos. É o que afirma a Teoria das Finanças Comportamentais. De maneira geral, as características psicológicas e sentimentais dos investidores interferem na forma como eles agem no mercado.

Uma dessas características mais comuns é a aversão à perda, por meio da qual as pessoas tentam evitar ao máximo realizar os prejuízos que têm em suas ações. Isto é, elas não aceitam quando realizam um mau investimento, e mesmo que tudo indique que a ação tende a cair, elas mantêm sua posição. Isso ocorre principalmente porque a dor da perda é comprovadamente maior do que a felicidade dos ganhos.

Outra implicação disso é que diminui o foco nos fundamentos da empresa. Ou seja, mesmo que ela tenha mostrado uma piora considerável em suas vendas, lucros e outros indicadores, o investidor continua posicionado porque não quer perder o valor que a ação já caiu desde o momento da compra. Mas ele se esquece que exatamente pela ausência de fundamentos sólidos, a ação pode cair ainda mais.

A consequência é que, quando a ação já está próxima do patamar mínimo em que vai chegar, o investidor vende, perdendo uma quantia ainda maior.

Esse comportamento irracional e de aversão a perda é ainda mais enfático em cenários de crise e pânico nos mercados. Em 2020, com o medo dos investidores de perderem altas quantias em suas ações devido à pandemia de Covid-19, o Ibovespa caiu cerca de 40% em apenas um mês, de um patamar de 115 mil pontos até os 63 mil pontos. Será que as empresas haviam perdido metade de seu valor como o índice sinalizou?

Me parece que não. Tanto é que agora, por volta de um ano depois, o índice já retornou aos patamares pré-Covid, e até mesmo os ultrapassou, batendo os 125 mil pontos.

Custo de oportunidade

A aversão à perda não te faz apenas perder mais, mas também te impede de ganhar em outras ações. Enquanto você mantém empresas perdedoras na carteira para não aceitar que levou prejuízo, existem outras oportunidades potenciais no mercado.

Ou seja, o custo de oportunidade de manter tal ação é alto porque a todo momento há boas empresas para serem escolhidas no mercado. É aquilo: cada escolha é uma renúncia.

Dessa forma, para ser um bom investidor, antes de tudo você precisa controlar seus impulsos sentimentais e irracionais e focar na análise dos fundamentos de uma empresa. E, agindo dessa forma, você pode identificar os comportamentos irracionais do mercado e abrir um leque de oportunidades.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.

Veja também

As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

Pular para a barra de ferramentas