Set 2021
17
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Set 2021
17
Tiago Pessotti
MERCADO DIÁRIO

porTiago Pessotti

Composição do portfólio: qual é a ideal?

Ao compor um portfólio de investimentos, é fundamental ter uma quantidade razoável de ativos, mas sem pulverizar a carteira. Se você colocar ativos demais, pode ser melhor escolher um fundo ou fundo de índice (ETF) que escolha as melhores ações por você. Até porque você não conseguiria dar conta sozinho de analisar uma grande quantidade de empresas ou papéis em geral.

Para fazer isso, fundos possuem equipes maiores e focadas full time naquilo. Se você trabalha com outra profissão que não alguma do mercado financeiro, é mais um motivo para ter uma carteira menos inchada ou contar com o auxílio de um profissional de investimentos, como assessores e os exemplos já citados acima.

Em geral, o ideal é ter entre 10 e 20 ativos que sejam o máximo possível descorrelacionados entre si para diversificar sem pulverizar. A partir disso, passa a não fazer mais muita diferença em termos de redução de riscos, pois passa a se tratar mais de um risco de mercado, que é natural do jogo. De acordo com o gráfico ao lado, o risco não sistêmico representado pelo desvio padrão do portfólio diminui à medida que o número de títulos em carteira aumenta, até a 15° a 20° ação, quando o risco do portfólio já não é mais tão diluído como a elevação do número de ativos.

Assim, para diversificar é preciso comprar ativos diferentes em termos de classe de ativo (renda fixa, renda variável, investimentos alternativos), setor (varejo, financeiro, agrícola, etc), geografia (nacional, internacional, etc), moedas (real, dólar, euro, etc), entre outros. Isso lhe ajudará não apenas a obter melhores retornos, mas ter uma carteira mais protegida.

Mas por que diversificar?

O motivo para diversificar é que se um setor não vai bem, por exemplo, você possui ativos de outros setores para recompensar seu desempenho negativo. Além disso, caso o mercado de renda variável em geral esteja em um momento de queda, você possuirá parte do seu patrimônio protegido em ativos de renda fixa. Já se a renda fixa estiver rendendo pouco, terão os outros ativos. Se o dólar cair, você pode se beneficiar das empresas nacionais, e se subir poderá se beneficiar das estrangeiras.

Quanto à geografia como fator de diversificação, deve-se levar em conta o risco intrínseco à determinados países. Caso uma região tenha graves problemas e as ações desempenhem mal, é importante que todo o seu patrimônio não esteja correlacionado ao desempenho deste mercado. O mesmo vale para a moeda, que pode sofrer oscilações a depender das condições de mercado.

Nesta crise, por exemplo, mesmo que você tivesse ações no Brasil, caso parte do seu portfólio estivesse dolarizada, a queda da carteira como um todo seria menos acentuada, visto que o real foi a moeda que mais se desvalorizou em relação ao dólar no ano: mais de 40% em quatro meses.

Essa coluna tem como único propósito fornecer informações e não constitui ou deve ser interpretada como uma oferta, solicitação ou recomendação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em qualquer estratégia de negócio específica. Possui finalidade meramente informativa, não configurando análise de valores mobiliários nos termos da Instrução CVM Nº 598, e não tendo como objetivo a consultoria, oferta, solicitação de oferta e/ou recomendação para a compra ou venda de qualquer investimento e/ou produto específico.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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