Igrejas de Cariacica são campeãs de reclamações no Disque Silêncio

cidade-de-cariacica-2Um templo religioso pode se tornar um vizinho incômodo. Quatro prefeituras da Grande Vitória atendem toda semana demandas sobre perturbação de sossego relacionadas ao som alto de igrejas. A lei prevê diferentes limites de acordo com o zoneamento da cidade. Em Vila Velha, por exemplo, a tolerância é de 50 decibéis, entre 19h e 7h, e 55 decibéis, entre 7h e 19h.

Em comparação com Vitória, Serra e Vila Velha, Cariacica registra a maior incidência média mensal nos seis primeiros meses desse ano, com 72 demandas. As ligações para o Disque Silêncio aumentam as quintas e aos domingos. Vila Velha atinge a marca de 28 reclamações por mês. Os bairros mais barulhentos são os da Região 1 (Grande Centro) e 4 (Grande Cobilândia).

Vitória registra 11 atendimentos/mês. A coordenação lembra que, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), só são fiscalizados os sons vindos de equipamentos e máquinas. Vozes humanas ou sons de animais, pela norma, não são de competência do serviço. A Serra está com a mais baixa incidência – 9 por mês. Os bairros Jacaraípe e Vila Nova de Colares são os mais demandados.

Ajustes necessários

As instituições religiosas que desrespeitam a lei ambiental sobre a poluição sonora estão sujeitas a receberem multa e decibelimetrodigital22012012095817_meda terem o alvará de funcionamento cassado. Para evitar que isso aconteça, o arquiteto Winker Denner lembra que as igrejas precisam investir em projetos acústicos. “A solução está na contratação de profissionais especializados que, muitas vezes, encontram soluções simples para o problema. Hoje existem muitos materiais e recursos para o tratamento acústico de igrejas, são tecnicamente recomendados e atendem a legislação vigente”.

A grande maioria das igrejas está instalada em área residencial, por isso, além de se preocuparem com o que a legislação diz sobre excesso de ruídos que possam incomodar a vizinhança, profissionais da área de música podem colaborar. O ministro de música Paulo Paraguassu, da Igreja da Orla, Itapuã, Vila Velha, dá algumas dicas.

“É fundamental que o coordenador de música se reúna com quem lidera a parte de sonorização para traçarem, periodicamente, diretrizes de música e som como ensaios, afinação, teste dos instrumentos musicais, de regulagem do sistema de som (P.A), incluindo os microfones, retornos, caixas acústicas e os cubos, para que a programação regular da igreja transcorra da melhor forma”.

A mesma atenção deve receber os ensaios. “Precisam ser realizados, de preferência, com instrumentos acústicos para que uns possam ouvir os outros. Sugiro que o líder da música proponha a aquisição de novos instrumentos musicais e um sistema de sonorização moderno para a igreja. Todos os participantes da igreja têm o direito de ouvir bem o que é dito e cantado, lembrando que o mais importante num canto congregacional é a voz dos participantes”, concluiu Paraguassu.

Pra pensar

“Já que não tenho o dom de modificar uma pessoa, vou modificar aquilo que eu posso: o meu jeito de olhar para ela” Padre Fábio de Melo

* Fotos: divulgação, cedida pela fonte

4 Respostas para “Igrejas de Cariacica são campeãs de reclamações no Disque Silêncio

  1. Sempre que se fala em fazer um projeto acústico para uma igreja há várias coisas “mais” importantes a se fazer antes, como colocar o ar condicionado, adquirir bancos estofados, instalar o piso de mármore, fazer o rebaixamento do teto em gesso etc. O principal, que é providenciar as condições para que a Palavra pregada seja compreendida por todas, é sempre relegado ao último lugar nas prioridades das igrejas. Acho que entendi mal o texto bíblico que afirma vir a fé pelo ouvir a Palavra (Rm 10:17). Talvez Paulo tenha errado quando escreveu sobre isso; talvez ele devesse ter dito: “a fé vem pelo olhar os bancos acolchoados das igrejas, olhar o maravilhoso piso de mármore do nosso templo, olhar o lindo rebaixamento em gesso com sancas do salão de culto”. Só que não.

  2. as igrejas são campeã em reclamações, porque as pessoas tem medo de denunciar bailes funk, festas de vizinhos e shows, quando não são coniventes…. já cultos evangélicos desperta a ira de muitos…

  3. As igrejas vão no máximo até as 11 horas, e todo mundo reclama, mas ninguém olha os bares que ficam até altas horas e que além da barulheira costuma ter confusão, gente quebrando garrafas, sujeira espalhada, e os bailes funks também, até madrugada você que mora um pouco afastado pode ouvir o som que se propaga no ar, fora que sempre há confusão e gente atirando e chegando a matar. Nossa nem se compara. Prefiro mil vezes uma igreja perto da minha casa, do que um baile funk, pelo menos o povo da igreja é mais educado e ordeiro.

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