Polícia

Morte de jovem no Centro completa 1 ano e irmã afirma: “Temos que ser fortes para lutar”

Ana Carolina Kurth foi assassinada a facadas em maio de 2023, em Vitória. Matheus Stein Pinheiro, namorado da jovem, foi denunciado por feminicídio

Maria Clara Leitão

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução/Facebook
Ana Carolina tinha 24 anos quando foi assassinada a facadas

Saudade, memórias e vontade de justiça: assim podem ser descritos os sentimentos da família da jovem Ana Carolina Rocha Kurth, de 24 anos, morta com mais de 40 facadas no apartamento em que morava no Centro de Vitória. Após um ano da morte de Ana, ocorrida no dia 15 de maio de 2023, a família não perde as esperanças. 

O namorado dela, Matheus Stein Pinheiro, de 24 anos, está preso no Centro de Detenção Provisória de Viana 2, denunciado por feminicídio.

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Mesmo com a prisão de Matheus, a família de Ana ainda luta para seguir em frente com o luto e a ausência. Em entrevista ao programa Fala ES da TV Vitória, a irmã mais velha, Paola Rocha Kurth, afirma que a dor e a tristeza são diárias. Ela ainda é presente na mesma intensidade de quando Ana foi morta. 

"A dor e a tristeza são diárias, a mesma de quando tudo aconteceu e ela continua ali. É uma luta interna que enfrentamos para conseguir seguir, pois apesar de tudo, precisamos seguir pela Ana. Ela era uma menina muito doce, muito amável, sempre demonstrou muito amor por nós. É por ela que buscamos seguir", disse Paola. 

Ela conta que, em alguns dias, a dor aparece de maneira mais severa. “Fica mais agressiva, inclusive precisamos recorrer à ajuda psicológica e médica. Não é fácil seguir sem ela”. 

Além da dor, a família de Ana Carolina também enfrenta a batalha para que o caso não tome um rumo diferente. 

Um laudo, apresentado pela equipe da perícia, no dia 28 de fevereiro de 2024, atestaria a insanidade mental do rapaz, o que o tornaria legalmente “inimputável”. Com isso, Matheus poderia não ir a júri popular.

O laudo do acusado é contestado pela família da jovem, ao questionar os hábitos cotidianos de Matheus, como: fazer faculdade e trabalhar com o “incidente de insanidade”.

"Infelizmente, além do que a gente teve que passar e estamos passando, também temos que ser fortes para lutar para a justiça ser feita. Não compreendemos como que alguém que comete esse crime, após o crime, toma banho, compra um bilhete para viagem, faz faculdade, trabalha, tem uma vida social normal, pode ser denominado como inimputável", afirma a irmã de Ana Carolina. 

A irmã também afirma que espera que seja realizada uma nova perícia “mais clara”, para esclarecer alguns pontos da análise já realizada. “O advogado solicitou uma nova perícia ao promotor de justiça. Se for deferido pela juíza, será feita uma nova”. 

Diante do caso, a família espera que a justiça seja feita para finalmente conseguirem se sentir confortados e aliviados.  

“Pela Ana Carolina, por nós, é algo que buscamos para poder seguir. Que ele pague pelo que ele fez, ninguém merece ser morta dessa forma e a justiça explique se ele tem um problema de maneira clara”. 

O Folha Vitória procurou a defesa de Matheus Stein Pinheiro, para mais informações do caso. "Mantemos o mesmo posicionamento das entrevistas anteriores e, no mais, nada a declarar”, informou, por nota. 

Relembre o crime 

Ana Carolina foi encontrada morta no apartamento em que morava com o companheiro, na rua Gama Rosa, no Centro da Capital. 

Foto: Reprodução/Redes Sociais
 Matheus Stein e Ana Carolina Kurth estavam morando juntos em um apartamento no Centro de Vitória

De acordo com relatos de vizinhos na época do crime, o casal morava no 10º andar havia três meses. No dia do crime, diversos gritos foram ouvidos vindo do apartamento. 

Após a morte da jovem, Matheus Stein Pinheiro foi flagrado por câmeras de segurança comprando uma passagem na Rodoviária de Vitória. Ele foi preso.

A investigação da Polícia Civil concluiu que o universitário matou Ana Carolina com mais 40 facadas, a maioria delas na área do rosto. 

A denúncia de feminicídio apresentada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) foi aceita pela Justiça um mês após o crime. Com isso, Matheus irá a júri popular, caso não seja considerado inimputável.

O MPES, por meio da Promotoria de Justiça do Júri de Vitória, pediu, na denúncia, que o acusado respondesse por homicídio qualificado em virtude de o crime ter sido praticado por motivo torpe, dificultando a defesa da vítima, com emprego de meio cruel, contra a mulher, por razões da condição de sexo feminino (feminicídio).

Ainda no pedido aceito pela Justiça, o Ministério Público requereu que Matheus Stein Pinheiro pague uma indenização por danos materiais e morais para os familiares da vítima.

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