A Eleição das Desistências

A eleição das desistências

As eleições 2018 estão às portas, com o período de convenções partidárias acendendo a luz amarela antes da bandeirada – a campanha propriamente dita terá início em 16 de agosto. Quais “pilotos” vão vencer em cada “categoria” a gente só vai saber em 7 de outubro, dia da votação. Mas, de antemão, já é possível perceber que muitos estão abandonando a corrida eleitoral antes mesmo da largada.

Octaciano fora

Depois do governador Paulo Hartung (MDB) ter anunciado que “não vai correr” este ano, neste sábado (21) foi a vez do ex-secretário estadual de Agricultura, Octaciano Neto, “abandonar as pistas”. Na página que tem no facebook, Octaciano discorreu longamente sobre o histórico dele no setor público, o amor à política, para afirmar que, apesar de tudo, optou por não ser candidato a deputado federal. Logo ele, que em 2016 disse que poderia ser candidato a deputado federal, senador e até a governador.

Outras desistências

Entre quem abandonou de vez o pleito, e quem desistiu de um voo mais alto para se candidatar a um cargo menor, a lista das desistências tem, além de Hartung e Octaciano, Amaro Neto (de governador pra senador), César Colnago (de governador pra deputado federal), Sérgio Majeski (de senador pra deputado estadual), César Lucas (de federal pra estadual), entre outros. E já se cogita que o coronel Foresti (PSL) também possa desistir da candidatura ao governo. No plano nacional, o empresário Flavio Rocha desistiu de ser candidato à presidência, e até o hipster e o japonês da Federal jogaram a toalha. 

Reflexos

Para o consultor político Lucas Margotto, o recuo do nome é ruim principalmente quando se trata de gente nova que pretendia se candidatar. É que, segundo ele, o eleitorado deseja novidades, e, quando os arranjos pré-eleitorais de certo modo abortam essa possibilidade, o desalento aumenta. Margotto aposta numa abstenção jamais vista antes nas eleições, mas esse é um assunto para a coluna de amanhã.

 

Pré-candidata expulsa de convenção

O tema é nacional, mas pertinente. Em época em que o desejo manifesto da população é o de renovação na política, soou grotesca e autoritária a decisão do PMN de expulsar a jornalista Valéria Monteiro da convenção nacional, realizada hoje em Brasília. Valéria desejava ser o nome da sigla para a disputa à presidência da república. Mas o PMN decidiu não ter candidatura própria (nem apoiar ninguém de outro partido). Valéria teve o pedido de falar na convenção negado pelo presidente do PMN, Antônio Carlos Massarolo. Teve início uma discussão, que culminou com Massarolo acionando seguranças para retirar Valéria e o pré-candidato ao Senado pela Bahia, Marivaldo Neves. Coisa muito feia!

PTC anuncia convenção

O Partido Trabalhista Cristão (PTC) divulga nota informando a realização da convenção partidária que vai homologar os candidatos da sigla para o pleito que se aproxima. Sem fugir à regra, o partido deixou a realização do evento para os 45 minutos do segundo tempo. Será no dia 5 de agosto (último dia possível no calendário eleitoral), às 13h, na Câmara de Vereadores de Vitória

Socialista nas redes digitais

O ex-secretário estadual de Saúde, o médico Tadeu Marino (PSB) – que esteve no cargo na gestão de Renato Casagrande -, aposta nas redes sociais para alavancar a candidatura dele a deputado estadual. Marino, que é de Colatina, divulga a pré-campanha utilizando o instagram e o facebook.

Ele, que não era tão adepto assim ao uso das ferramentas digitais, afirma que o retorno o surpreendeu. “As pessoas, de um modo geral, estão mais atentas, querem falar de política sim, apesar da descrença gerada pela descoberta de tantos esquemas de corrupção. Há um entendimento de que é importante participar desse debate”, analisa.

PV vai de Bezerra e ex-jogador pra federal

Dentro do PV – que integra o chamado “bloquinho”, existe um encaminhamento para fechar a “perna” para estadual em bloco com PTC, PR e, talvez, PRTB. A ideia é lançar 60 candidatos à Assembleia Legislativa na coligação. Já para federal, o PV aposta no nome do ex-jogador Fabiano Eller, de Linhares, e do médico pediatra da Serra, doutor Bezerra.

Rose

E Rose de Freitas, hein? Permanece num silêncio constante, desde a fatídica segunda-feira, 9 de julho, quando Paulo Hartung provocou um terremoto no cenário político local anunciando que não seria candidato à reeleição. De lá pra cá, Rose falou pouquíssimo com a imprensa.

Sabe-se que, com a retirada da candidatura majoritária do PSDB, ela tem grandes possibilidades de “adotar” os partidos órfãos de Hartung no blocão. O que se configura nesse desenho é uma tentativa de polarização entre ela e Renato Casagrande. E com a anuência de Hartung. Quem diria…