As Convenções e a Ampulheta

Semana decisiva na política

Na coluna de ontem, elencamos as convenções partidárias que estão sendo realizadas nesta reta final antes do início da campanha eleitoral. É a areia do tempo em movimento dentro da ampulheta, em atrito consigo e em choque contra o vidro delgado que a comporta, sugada pela gravidade de cima a baixo, tempo já corrido. Hora de deixar os floreios e rodeios de lado para entrar nos finalmentes, definir o que interessa de fato, colocar as cartas na mesa – bater na mesa, se preciso for – e tomar as decisões que vão dar corpo à cartografia partidária para a eleição que se avista logo ali.

Semana decisiva na política II

O período de convenções partidárias está em vigor (vai de 20 de julho a 5 de agosto), e a grande maioria das siglas reservou para esta última semana a realização das mesmas. É na convenção que se definem quem serão os candidatos e a quais cargos vão concorrer por cada partido, e ainda, em quais coligações cada um vai estar. É a hora da verdade.

PPS avalia pular fora

E é agora que as insatisfações começam a ser postas à mesa. O PPS, por exemplo, até então aliado de primeira hora de Casagrande, avisa que pode bandear para o lado de Rose de Freitas (Podemos).

Salto alto sem elegância

Está incomodado com o salto alto do PSB, que teria sido deselegante ao deixar transparecer não necessitar mais do PPS para ganhar a eleição. Amanhã, às 19h, o diretório estadual se reúne para definir qual rumo irá tomar.

Fogo muy amigo

Outro incômodo no PPS é com a postura no mínimo incoerente dos dois vereadores do PSB em Vitória. Davi Esmael e Nathan Medeiros compuseram com a chapa de oposição ao prefeito Luciano Rezende na disputa pelo comando da Câmara Municipal. A coluna conversou com Fabrício Gandini, e amanhã apresenta mais detalhes sobre as conversas sobre as “pernas” de federal e as pernadas que o partido diz estar levando do “aliado”.

PSC se impõe

Na convenção do PSC, realizada ontem, por exemplo, apesar da orientação de apoio à Renato Casagrande (PSB) para governador, do sorriso na foto e da declaração de “simpatia” pela ideia, o partido não fechou aliança. A decisão está nas mãos da executiva estadual. O presidente da sigla, Reginaldo Almeida (pré-candidato a deputado federal) deixou claro que quer uma perna para federal que permita sonhar, assim como coloca rumo na prosa com relação à perna estadual. “É hora de olhar as nossas prioridades, assim como os que têm candidaturas majoritárias olharem as deles”, afirma.

PSB põe o pé na porta

Ao que parece, não são problema o PSC nem os cinco partidos que compõem o bloquinho (PSC, Avante, PTC, PHS e PV). Na perna federal o que não cabe é a “coxa grossa” do PPS – leia-se a candidatura de Da Vitória. Isso porque há estimativa de que ele tenha uma votação superior a de Paulo Foletto, e o partido tem na reeleição do médico colatinense uma prioridade.

PSB põe o pé na outra porta

Aliás, se há ao menos um porém na coligação para a federal, na perna estadual o PSB disponibilizou um coletivo de conjunções adversativas que inclui senão, no entanto, contudo, todavia e por aí afora. Os dois deputados da bancada que tentam a reeleição e os pré-candidatos à Assembleia não aceitam fazer coligação com ninguém.

Pé na porta e dedo no olho

O argumento para a postura radical é o de que a construção da chapa se deu ao longo dos últimos quatro anos, no ambiente inóspito do isolamento ao qual foram relegados desde a volta de Hartung ao poder, em 2015. E que agora seria constrangedor retirar candidaturas de pessoas que dão o sangue pelo partido e comeram o pão que o diabo amassou.

E agora, José Renato?

Usando um termo pelo qual o arquirrival nutre simpatia, Casagrande tem um “baita” problema nas mãos, afinal, para consolidar os apoios que vem costurando nas últimas semanas será necessário abrir mão de alguma coisa nas coligações proporcionais, já que ele encabeça a majoritária.

Mais um candidato a candidato a vice do PSB

Conforme adiantado pela coluna semana passada, representantes das convenções das igrejas Assembleia de Deus do ES fizeram oficialmente a Casagrande indicação do nome do ex-deputado federal Jurandy Loureiro (PHS) para vice-governador na chapa. Loureiro desiste, assim, de disputar vaga ao Senado.

PPS também quer

O interesse pela vice de Casagrande também existe por parte do PPS – que já sinalizou ter três nomes: Vinícius Simões, Fabrício Gandini e Luiz Paulo Vellozo Lucas. Apesar da relação de proximidade de Gandini com o prefeito Luciano Rezende, a informação que chegou à coluna é a de que Rezende prefere Luiz Paulo na vice.

Outro plano para o pupilo

Segundo fonte do Folha Vitória, Luciano Rezende gostaria de manter o planejamento traçado para Gandini, a saber, elegê-lo deputado estadual. Isso daria mais visibilidade para o projeto de fazer dele o sucessor de Luciano na prefeitura de Vitória em 2020.

PH diz que vai deixar Governo saneado

Durante evento do mundo empresarial ontem, em Pedra Azul (Domingos Martins), o governador Paulo Hartung disse que vai entregar o Governo do Estado com as contas organizadas,  pagamentos em dia e dinheiro em caixa. Ele, porém, não quantificou os valores, mas afirmou que será em um patamar distinto do da maioria dos estados do país. “Fizemos ajuste fiscal e avançamos em políticas públicas”, disse, ao avaliar a gestão que se encerra.

Amanhã tem mais

Na segunda-feira, a coluna vai analisar com mais propriedade os motivos que levam o PPS a querer mudar de lado na eleição, e ainda, as projeções traçadas nos bastidores da política quanto às reais chances existentes de acordo com cada possível coligação do arco de alianças do PSB.