“Vou pelo café”, diz Moro sobre encontro com Casagrande

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos), que chegou nessa sexta-feira (11) ao Estado, e já participou de encontro com empresários, visitas e entrevistas aos veículos de comunicação e do 7º Encontro Folha Business, toma café hoje com o governador Renato Casagrande (PSB).

É a primeira vez que Moro vem ao Estado na condição de pré-candidato e chega num momento em que o partido do governador está discutindo a possibilidade de fechar uma federação com o PT e apoiar o ex-presidente Lula à Presidência – principal adversário de Moro.

Questionado se essa pauta faria parte do cardápio no encontro com o socialista, Moro desconversou. “Me disseram que tem um café muito bom lá, estou indo principalmente para experimentar o café. Não tem uma pauta agendada, é uma visita cordial”, disse Moro. Ele também se esquivou de responder se iria propor aliança ao governador, uma vez que Casagrande é secretário-geral do PSB Nacional e o Podemos faz parte da base aliada no Estado.

O ex-ministro lembrou do projeto “Em frente Brasil”, que foi implantado em Cariacica enquanto ele esteve no governo, e disse que não pode ter briga entre os gestores. “O cliente é a população, não tem que ficar brigando governo federal com governo estadual, nem ambos com governos municipais. Como tive uma uma boa relação com ele (Casagrande), estou vindo aqui para uma visita cordial”, afirmou.

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Triângulo desfeito?

Perguntado se preferia disputar o segundo turno contra Lula ou Bolsonaro, Moro desconversou e disse que daqui até a eleição as coisas podem mudar e ele ir para o segundo turno com outro candidato sem ser nenhum dos dois que ocupam hoje a dianteira nas pesquisas de intenção de voto.

E a voz?

Questionado se estava fazendo sessões com fonoaudiólogo para melhorar a dicção, o ex-ministro Sergio Moro disse que tem recebido “algumas dicas”. “As pessoas falam da minha voz, mas até parece que Lula e Bolsonaro são dois barítonos”, disse, rindo.

 

O que os três têm em comum

Observação de um político que acompanhou o 7º Encontro Folha Business, na noite dessa sexta-feira (11), sobre algo de comum entre Lula, Bolsonaro e Moro: “Os três têm língua presa”.

 

Não empolgou?

 

Um outro político experiente e bolsonarista que acompanhava o discurso de Moro no evento disse que ele não empolgou e não conquistou seu voto. “Não tem projeto para o país”.

Questionado se Bolsonaro teria o tal projeto, retrucou: “Mas Lula e Bolsonaro são dois grandes personagens, para bater de frente com eles precisa ser um grande personagem também ou ter um grande projeto, o que até agora Moro não mostrou”.

 

Debates prometem!

Questionado no 7º Encontro Folha Business sobre a possibilidade de disputar a Presidência contra Lula, a quem condenou na Lava Jato, e como se sentia com isso, Moro primeiro brincou: “Pelo menos os debates vão ter boa audiência”. Depois disse ser triste a situação, mas que não adiantava chorar pelos cantos. “Foi um baita erro judiciário”, disse Moro sobre a decisão do STF que permitiu a Lula deixar a prisão e disputar a Presidência.

 

Tem que perguntar a ele!

Moro também foi perguntado sobre o que achava da possibilidade do ex-governador Paulo Hartung disputar a Presidência da República sendo mais um nome da chamada “Terceira Via”. “Tem que ouvir dele se realmente ele quer fazer isso, tem que ouvir o Hartung. Antes disso é especulação. Não conversamos sobre isso até porque nem me consta que ele iria se filiar ou se candidatar”, disse Moro.

 

Aprendeu rápido

Moro diz que nunca foi político, mas aprendeu rápido a desconversar e sair pela tangente em assuntos mais polêmicos, o que é bem típico das personalidades do meio. Uma frase política que ele também já aprendeu e tem usado sem moderação é que “a política é como nuvem, muda toda hora”.

Na íntegra

O ex-ministro também falou sobre o governo Bolsonaro, o motivo de ter saído e sobre a ação no TCU que ele chama de abuso de poder e vê motivação política. A entrevista completa está aqui.