“Eu continuo no Podemos, mas como pré-candidato ao Senado”, disse Ramalho

Coronel Ramalho / Crédito: Hélio Filho

Faltando poucas horas para o término das filiações partidárias – o prazo termina às 23h59 deste sábado (02) – o ex-secretário de Segurança Pública do governo do Estado coronel Alexandre Ramalho deixou a chapa para deputado federal do Podemos, balançou com o convite do União Brasil para disputar o Senado, mas ficou no Podemos após receber a garantia de que terá a legenda para sua candidatura a senador.

Ramalho contou que passou o dia negociando com o presidente do União Brasil, Felipe Rigoni, e com o Podemos, e que resolveu deixar a chapa de federal após a saída do médico Gustavo Peixoto – noticiada, em primeira mão, pela coluna “De Olho no Poder”.

“Eu deixei bem claro para o Podemos que, com a saída do Gustavo Peixoto, eu não ficaria na chapa de deputado. Eu não fiz política para candidatura, eu não tenho tempo agora de fazer política para deputado federal, eu não conheço prefeito, eu não tenho dinheiro, eu não tenho como rodar o Estado e mesmo que tivesse, o Estado já está todo monitorado pelas campanhas de deputado federal. Então, deixei bem claro para o Podemos que eu continuo no meu projeto para o Senado”, disse Ramalho.

Ele contou que recebeu o convite do Rigoni e ficou conversando com ele o dia todo e, ao mesmo tempo, com o Podemos e com o governador. “Eu não fechei em nenhum momento com o Rigoni, a gente apenas conversou e o Podemos acenou que manteria a minha candidatura para o Senado, me retirando da composição de chapa para federal, então eu continuo no Podemos, mas como pré-candidato ao Senado”.

Questionado se isso significava que ele seria o candidato do palanque de Casagrande, Ramalho desconversou. Embora Casagrande tenha participado das tratativas para mantê-lo no Podemos, o ex-secretário afirmou que a decisão de quem o governador irá apoiar não será tomada agora.

“Governador não fechou isso. O governador tem que tomar decisões, ainda está avaliando, mas também não fechou a porta de que no futuro isso possa acontecer. Não quero colocar o governador numa situação difícil, mas nesse momento estou entrando na pré-candidatura ao Senado por enxergar que é o projeto que eu me identifiquei desde o início. Coloco meu nome, se for coerente para a população, bem. Se não for, tudo bem, vida que segue. Agora, eu não vou entrar nessa briga de deputado federal, de buscar voto, de legenda, de sobra, pra 10 vagas… Não está no meu coração esse tipo de disputa”.

Ramalho disse que a garantia para disputar o Senado foi lhe dada pelo presidente do Podemos, Gilson Daniel, que vai, segundo Ramalho, manter a chapa de federal. Questionado se haveria alguma possibilidade de disputar como federal, o ex-secretário respondeu: “Deputado federal eu tô fora. Ou disputo o Senado ou não disputo nada”.

Perguntado se acharia possível o palanque do governador ter dois nomes – uma vez que a senadora Rose de Freitas também quer esse apoio e já sinalizou que terá – Ramalho foi ainda mais incisivo: “Não. Acho que o governador vai ter que escolher por um. É claro que eu gostaria de estar na majoritária do governador Casagrande, eu fui do governo dele. Mas isso é uma decisão dele, eu não vou colocar essa pressão em cima dele”.

Ramalho e Casagrande conversaram sobre a situação. “O governador não me deu garantia de majoritária. Falou que ia ser um processo para decidir lá na frente, que não está convicto de quem será apoiado para o Senado, quem vai ter efetiva expressão daqui pra frente, que é uma construção. Pra mim está ‘ok’. Agora é trabalhar. Mostrar que a gente tem expressão, porque se não tiver não é pra ser”.