O delegado federal Ivo Roberto Costa da Silva foi um dos 18 superintendentes da Polícia Federal exonerados nesta quinta-feira (19) pelo Ministério da Justiça. Ivo comandava a Superintendência do Rio de Janeiro e deu lugar ao delegado Leandro Almada da Costa, que investigou o caso Marielle Franco, concluindo que houve obstrução de Justiça na investigação do crime.
Ivo foi nomeado pelo ex-ministro da Justiça Anderson Torres e comandou a PF carioca por seis meses. Antes, porém, ele atuava no Espírito Santo, como coordenador da Delegacia Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado (DRCOR) da Polícia Federal.
A DRCOR coordenou a deflagração da operação da Polícia Federal Volátil 2, em março do ano passado, que mirou contratos de compra de álcool em gel pelo governo do Estado durante a pandemia.
A operação teve como alvo, entre outros, o ex-subsecretário estadual da Agricultura Rodrigo Vaccari, apontado como suspeito de ter supostamente recebido propina de R$ 840 mil num dos contratos.
Na ocasião, Ivo disse que havia “provas contundentes” da participação do então subsecretário no suposto esquema de corrupção. Vaccari foi exonerado do governo do Estado e também retirou sua pré-candidatura a deputado estadual pelo PSB. A investigação está sob sigilo e corre na 2ª Vara Federal de Vitória.
Ivo é de São Paulo e veio parar no Estado pelas mãos do superintendente da PF capixaba, delegado Eugênio Ricas. Os dois atuaram juntos nos Estados Unidos, quando Ricas foi adido da Corporação e Ivo foi oficial de ligação da Polícia Federal no Texas (EUA). Ele atuou durante oito meses no Estado na DRCOR – o cargo é considerado como o número 3 na hierarquia da PF-ES.
Segundo Ricas, haveria interesse da parte dele de trazer o delegado Ivo de volta ao Estado, mas isso não deve ocorrer por questões pessoais. “Ele deve conciliar a situação funcional com questões familiares”, disse Ricas sobre o colega, que no momento está de férias.
Além de Ivo, outros superintendentes da Polícia Federal foram trocados e quase todos os superintendentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram exonerados – incluindo o do Estado, o inspetor Jean Ricardo Alves Duque.
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