Delegado que coordenou operação Volátil 2 vai comandar PF do Rio

Crédito: arquivo pessoal

O delegado federal Ivo Roberto Costa da Silva, responsável pela Delegacia Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado (DRCOR) da Polícia Federal do Espírito Santo, vai tomar posse na semana que vem como o novo superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro. A DRCOR coordena a delegacia que deflagrou a operação Volátil 2, que teve como alvo contratos de compra de álcool em gel pelo governo do Estado.

Ivo estava há oito meses no Estado e foi trazido pelo superintendente da PF-ES, delegado Eugênio Ricas. Ele atuou como Oficial de Ligação da Polícia Federal no Texas (EUA) entre agosto de 2019 e agosto de 2021, período em que Ricas estava como adido da Corporação nos Estados Unidos. No Estado, seu posto é o número 3 na hierarquia da PF-ES.

Nesta terça-feira (17), Ricas fez uma homenagem, com a entrega de uma placa, ao delegado que já está atuando como efetivo na superintendência carioca. “Dia de homenagear o grande amigo e profissional Ivo, que por oito meses liderou a excepcional equipe da nossa Delegacia Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado, realizando grandes trabalhos. Agora, será o superintendente da PF no RJ. Muito sucesso no desafio, irmão! Competência não lhe falta!”, escreveu Ricas em sua página no Instagram.

 

Operação Volátil 2

Em 17 de março deste ano, a Polícia Federal deflagrou a operação Volátil 2 que teve como alvo, entre outros, o ex-subsecretário estadual da Agricultura Rodrigo Vaccari. A investigação da PF apontou que Vaccari teria supostamente recebido propina de R$ 840 mil num contrato de compra de álcool em gel durante a pandemia.

Na ocasião, por comandar o setor onde está a delegacia responsável pela operação, o delegado Ivo foi o porta-voz da investigação e disse que havia “provas contundentes” da participação do subsecretário no suposto esquema de corrupção. Vaccari foi exonerado do governo do Estado e também retirou sua pré-candidatura a deputado estadual pelo PSB. A investigação está sob sigilo e corre na 2ª Vara Federal de Vitória.

Ivo será o quarto delegado a assumir o comando da “sensível” PF do Rio na gestão do presidente Bolsonaro. Ele foi escolhido pelo diretor-geral da PF, Márcio Nunes, no mês passado. Além da atuação nos Estados Unidos, Ivo já chefiou a Delegacia de Repressão a Drogas da Superintendência da PF de São Paulo e a Divisão de Operações de Repressão a Drogas da Coordenação Geral de Polícia de Repressão a Drogas, entre outros postos ligados ao combate do tráfico de drogas.

Ivo substitui Tácio Muzzi, que será adido no Peru por três anos. Muzzi estava há dois anos no cargo e entrou durante a crise criada com a saída do ex-ministro da Justiça Sergio Moro do cargo, acusando o presidente Bolsonaro de interferir na Polícia Federal, principalmente no Rio de Janeiro.