IST: saiba o que são e como se prevenir

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Dr. Antonio Carlos Pacheco Filho

Recentemente, passamos por mais um Carnaval, época esperada por muitas pessoas, direta ou indiretamente. Carros alegóricos, fantasias, Pierrot apaixonados sambando, dançando e vivendo pelas colombinas. Alas se abrindo para passarem as pessoas, passando, passeando, passaritando, indo e voltando. Época em que as magias e liberdades se confundem, se perdem, se encontram, desencontram e se cobram, da vida e do próprio Carnaval.

Uma das marchinhas memoráveis da nossa tradição popular carnavalesca é “Ô Abre Alas”, de Chiquinha Gonzaga, composta despretensiosamente em 1899 durante o ensaio do cordão Rosa de Ouro, bairro de Andaraí-RJ.

Curiosamente, em uma das visitas in(esperadas) às informações epidemiológicas sobre HIV, deparei-me com uma campanha digital com um curioso e criativo slogan de carnaval “O abre-alas, mas não deixa a Aids passar”, publicado pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul.

A Aids é uma infecção sexualmente transmissível, portanto é uma IST. Não usávamos a nomenclatura DST para as doenças transmitidas sexualmente? A resposta é positiva. Atualmente, a expressão utilizada é infecção sexualmente transmissível (IST) e não mais doença sexualmente transmissível (DST). Por quê? Uma pessoa pode ter e transmitir o agente causador da doença sem, no entanto, manifestar os sinais e sintomas característicos da doença. Quando declaramos infecção, certificamos a presente do agente infeccioso e a possibilidade de transmiti-lo.

As infecções sexualmente transmissíveis podem ser causadas por vírus, bactérias, fungos e protozoários. Anualmente, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (WHO, 2023), mais de 1 milhão de infecções sexualmente transmissíveis curáveis são adquiridas por dia no mundo, sendo a maioria assintomática.

Os principais meios de transmissão são: prática sexual desprotegida- oral, vaginal e anal- sem uso de preservativos e a transmissão vertical da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou até mesmo durante a amamentação.

*As principais infecções sexualmente transmissíveis são:

. HPV (Papilomavírus humano)
. Gonorreia
. Sífilis
. Herpes genital
. Hepatites virais B e C
. Infecção pelo HIV
. Tricomoníase

Algumas (IST) podem não apresentar sinais e sintomas, por isso, caso haja alguma relação de risco, ou seja, desprotegida- sem o uso de preservativo, – é importante recorrer a exames laboratoriais. Outra medida importante é observar o próprio corpo durante a higienização. As lesões aparecem, geralmente, nos órgãos genitais masculinos e femininos. Percebido algum sinal ou sintoma, os serviços disponíveis de saúde devem ser acessados o mais rápido possível.

O uso de preservativos é fundamental para evitarmos as infecções sexualmente transmissíveis. Neste ano, o Ministério da Saúde lançou a campanha “Carnaval, respeito e proteção”#TemQueTer# para conscientização da população sobre o uso de preservativos para a prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis.

(IST) e reitera a informação de que os preservativos podem ser retirados nas unidades de saúde do município. Além disso, gestantes devem realizar o pré-natal desde o início da gestação, testes rápidos para diagnóstico precoce e caso infectadas, aderir ao protocolo de atendimento proposto pela equipe médica responsável.

O diálogo franco e aberto entre equipe médica e paciente é fundamental para a escolha das melhores marchinhas terapêuticas e preventivas, deixando, sempre, a saúde e a qualidade de vida passarem.

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Dr. Antonio Carlos Pacheco Filho

Biólogo, Bacharel em Direito e Doutor em Odontologia Preventiva e Social. @dr_antonio_pacheco