PLANEJAMENTO DO GOVERNO ES – O grande desafio

O governo do ES publicou hoje – 19.08.2012 – um informe publicitário no jornal A TRIBUNA sobre os resultados do seu Seminário de Planejamento Estratégico 2013 realizado no início do mês de agosto. Esta ação do governo merece todos os elogios possíveis pois sabemos todos, da importância em deixar claros os objetivos que se pretende alcançar, em especial pela estrutura do governo que precisa estar treinada (execução e entendimento do plano) e comprometida com os resultados.(Vejam A Tribuna com destaque para os títulos: Equipe de Governo define ações durante seminário, Investimentos programados chegam a R$ 6 bilhões, Plano conta com mais de mil ações, Prioridades anunciadas, Projeto do PPA na internet ganha prêmio nacional, Vencer desafios, entre outros temas).

MAS… É IMPORTANTE QUE

Nossa experiência com o uso da ferramenta do Planejamento Estratégico em governos estaduais e municipais nos deixa com grandes preocupações com respeito a eficácia dos planos operacionais e táticos, bem como em relação ao desenvolvimento dos projetos. Para melhor entendimento da nossa preocupação vamos usar o método PDCA.

Usando os 8 pontos dos CUIDADOS ESPECIAIS, vamos fazer nossas observações

1. A definição dos objetivos passa por um levantamento de dados estatísticos históricos e também de índices de desempenho que possibilitem melhor entendimento das políticas públicas e desafios a serem enfrentados. A maioria dos governos tem muitas deficiências com respeito a disponibilidade dos dados, sua sistematização e uso na decisão gerencial.

2. Enquanto os treinamentos na iniciativa privada, considerando as empresas de alto nível, estão na base de 100 a 150 horas de capacitações por pessoa, por ano, no serviço público os indicadores mostram números medíocres não chegando nem mesmo a 10 horas por pessoa, por ano. Sem capacitação o plano vai por água abaixo.

3. Articular a execução é um termo que sugerimos para o entendimento de que a gestão dos fatores de forma integrada e articulada é ponto prioritário em qualquer planejamento. A articulação no governo tem vários opositores: A falta de motivação dos funcionários, competição interna, fatores politiqueiros, individualismo (administração das ilhas), entre outros fatores que minam a busca de objetivos sinérgicos e focados em resultados.

4. Em qualquer método de Planejamento a atividade de coordenação é vital para o seu sucesso. Deve-se entender que a coordenação é uma ação de liderança e NÃO “chefia”. Definida a coordenação geral pelo seu líder maior, o GOVERNADOR, os demais secretários devem assumir o mesmo papel em suas secretarias.

5. Montar o sistema de controle. A exemplo do governo de Pernambuco, com Eduardo Campos, o controle se tornou ponto prioritário e fundamental para o sucesso do Planejamento Estratégico. Podemos até afirmar que levantar os pontos fortes e fracos, oportunidades e ameças, diretrizes e projetos, é uma atividade relativamente fácil, e podemos dizer com nossa experiência no serviço público que a maior dificuldade está na DISCIPLINA DO CONTROLE E COBRANÇA DE RESULTADOS dentro do foco estabelecido.

6. Manter a disciplina é o “xis” da questão. Geralmente se faz muito “oba oba” com a divulgação do plano e em seguida os manuais vão para o fundo das gavetas e logo logo caem no esquecimento. Sem disciplina, método e CAPACIDADE GERENCIAL nada irá acontecer, lembrando que governo é algo complexo e cheio de armadilhas gerenciais e técnicas.

7. A execução de melhorias (KAIZEN) no governo somente será possível se os 6 itens anteriores forem executados com muita competência em todas as áreas do governo. As melhorias vão depender também de um plano de MERITOCRACIA tão defendido pelo nosso guru consultor, Vicente Falconi como também pelo grande empresário Jorge Gerdau que vem trabalhando com muita insistência e determinação junto ao serviço público brasileiro na busca da competitividade (Ver MBC).

8. Concluindo, vamos lembrar aqui do saudoso Dr. Kaoru Ishikawa que dizia sempre que o mundo passa por grandes transformações (décadas de 80/90) e portanto os planos e metas devem ser atualizados no mínimo a cada 6 meses. Se naquele tempo já se exigia tal comportamento, imagine nos tempos atuais? A melhoria é possível se conseguirmos aceitar as mudanças requeridas, especialmente no serviço púbico.

ENFIM, concluindo, nossa mensagem ao governo do ES, em relação ao seu PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, é que ele seja efetivamente uma ferramenta real de gestão, controle, acompanhamento e melhoria dos resultados de qualidade de vida dos capixabas, pois este é o que realmente devemos almejar.

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