Como equilibrar os desafios do primeiro semestre no ano de pré-vestibular?

No ano de pré-vestibular, os desafios são muitos e devem ser equilibrados o quanto antes
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No ano de pré-vestibular, os desafios são muitos e devem ser equilibrados o quanto antes, pois podem se transformar em uma “bola de neve”. É essencial que os alunos busquem balancear as demandas desde o início, mesmo sendo um processo com várias adversidades.

O primeiro passo é fazer uma autoanálise do que deu errado e seguir em frente sem ter um peso nas costas. Posteriormente, é necessário decidir qual curso e qual faculdade o interessado deseja ingressar. Esse ponto implica no desafio da escolha, mas também da abdicação.

Sabemos que o candidato se torna muito mais eficiente quando determina apenas um foco e se dedica a ele. Mas, o que vemos são muitos estudantes não conseguindo eleger apenas uma opção. E se preparam paralelamente para várias provas sem ter um foco, o que diminui as chances de aprovação em todas as opções.

O segundo ponto é o início dos estudos. É comum os candidatos começarem o ano com muita energia e implementarem um ritmo acima do necessário para essa etapa. Por terem vindo de um período de férias, o corpo e a mente não estão habituados com as rotinas intensas de estudo. Assim, a alta intensidade no início causa um rápido cansaço e uma grande frustração por não conseguirem render o que foi proposto no começo. Dessa forma, uma evolução gradual no volume de estudos é crucial.

Além disso, é importante entender a importância da organização, já que a falta dela é sem dúvida um grande problema a ser enfrentado. Afinal, estudar é um processo que será levado durante todo o ano. Caso não haja uma conscientização do aluno quanto à organização, tanto em cronogramas quanto no registro de suas atividades, em pouco tempo o estudante não terá mais controle dos seus passos e ficará perdido em suas próprias demandas. Plataformas de gerenciamento de tarefas e aplicativos dedicados a essas atividades podem ser uma “mão na roda” nesse aspecto.

É fundamental que o estudante equilibre o psicológico, não abrindo mão do contato social com amigos e família. Além de, se possível, manter acompanhamento com um profissional. Também é importante que ele tenha uma boa rotina física, alimentando-se, fazendo atividades e descansando na medida certa, bem como nos estudos, sabendo priorizar os conteúdos que impactam na nota, realizar simulados desde o início e incluir revisões periódicas em seus estudos. Esse tripé psicológico-físico-cognitivo deve ser respeitado, em especial no ano de pré-vestibular. Se um dos pontos falharem, o resultado é impactado negativamente.

Vivemos na era da ansiedade e no ano de pré-vestibular isso é intensificado. Estudos recentes têm indicado que há uma incidência elevada de depressão, angústia psicológica e ansiedade em alunos que se preparam para o vestibular, (conforme demonstrado em “Depressão e angústia psicológica em estudantes pré-vestibulandos” de 2021 e “Transtorno de ansiedade generalizada entre estudantes de cursos preparatórios para o vestibular” de 2020).

Os dados apontam que mais de 40% desses alunos apresentaram problemas psicológicos. Isso representa um percentual ainda maior do que o observado entre estudantes de Medicina, conforme constatado em outro estudo intitulado “Estresse em alunos de cursos preparatórios e de graduação em Medicina”, realizado em 2017. Além disso, uma pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) aponta que três em cada dez brasileiros de 12 até 35 anos relataram sintomas de ansiedade durante a quarentena.

Considerando isso, percebemos que uma decisão pessoal importante, juntamente com pressões familiares e cobranças que podem agravar transtornos psicológicos, além das adversidades causadas pela pandemia de Covid-19, realmente afetaram significativamente o comportamento e o aprendizado dos estudantes. É muito provável que enfrentaremos as consequências desses eventos em todos os níveis escolares, incluindo o ano de pré-vestibular. Portanto, como mencionei acima, é um processo difícil, mas buscar o equilíbrio desde o início, é fundamental.

Entendo como necessário que os alunos possuam acompanhamento de um mentor ou pedagogo para guiá-los nesse processo, pois provavelmente, para muitos alunos, esse é o primeiro momento de grandes decisões. Por isso, acredito que as instituições devem ser ativas no processo de mostrar que balancear as demandas durante o ano permite uma evolução consistente em nota, além do apoio de familiares e amigos.

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