Traficantes não vão impedir trabalho da polícia no Bairro da Penha, diz secretário
Em entrevista ao programa Balanço Geral, da TV Vitória, o secretário explicou toda a ação policial, além de esclarecer como andam as investigações sobre o caso do adolescente Wedson de Souza
O secretário de Segurança do Espírito Santo, André Garcia, falou sobre a situação nos bairros Da Penha, Gurigica, São Benedito, Alto Itararé e Bonfim, além do morro do Jaburu, após o confronto que aconteceu na última terça-feira (25), no Bairro da Penha, em Vitória.
Em entrevista ao programa Balanço Geral, da TV Vitória, desta quarta-feira (26), o secretário explicou toda a ação policial, além de esclarecer como andam as investigações sobre o caso do adolescente Wedson de Souza Pereira, de 16 anos, morto após um confronto com policiais militares.
"O que está sendo investigado, é o fato em si. A polícia recebeu uma denúncia de tráfico na região e se deparou com ele, e mais algumas pessoas, em atitude suspeita. Depois, ele se evadiu, e se confrontou com outro policial, que estava em outra viatura. Nós estamos investigando isso. É importante dizer para a população, que essa questão é tratada com muito rigor por nós. Abrimos duas investigações: uma da Polícia Militar, pela Corregedoria, que vai investigar a responsabilidade do policial, e outra por homicídio, pela Polícia Civil, afim de esclarecer todos os fatos", disse André Garcia.
O secretário também falou a respeito das manifestações e da presença da polícia nos bairros. "Outra questão é a reação desproporcional, realizada por indivíduos que compõem o tráfico da região. Essa é uma questão importante e, por isso nós estamos presentes lá. Respeitamos o luto, pois ninguém gosta de ver um jovem de 16 anos morto, mas o trabalho policial não pode deixar de ser feito, especialmente em um local que estamos presentes fortemente. Ninguém ouviu falar, nos últimos 3 anos, de ocorrências graves no Bairro Da Penha, há um ano nós não tínhamos homicídios por lá, pois nós temos a ação da polícia presente, e isso tem sufocado o tráfico, que tem perdido dinheiro com isso", frisou.
Garcia disse que, apesar de haver um tráfico intenso na região, não há comando do tráfico nos bairros. "Há muitas pessoas de bem nesses bairros e nós precisamos separar bem. Por isso que essas reações me preocupam, pois não é uma reação da população em geral, mas sim orquestrada por traficantes. Temos sim problemas de tráfico na região, por isso que estamos presentes com duas bases fixas instaladas. Mas a grande verdade é que o Bairro Da Penha, nos últimos anos, não vinha mais apresentando um cenário como o que vimos ontem, que foi uma situação extraordinária, aproveitada por esse indivíduos para tentar impedir o trabalho da polícia, que eles não vão conseguir", diz Garcia.
André acredita que é possível, através do trabalho da polícia, fazer com que o tráfico na região perca força. "Nós estamos trabalhando para isso, com estratégia muito precisa, de sufocar economicamente. Essa presença, as abordagens que são feitas, a abordagem de ontem, faz parte dessa estratégia. Foi uma denúncia de venda de drogas no local. Esse trabalho diário, essa presença física da polícia no local em pontos de vendas de drogas tem prejudicado muito essa atividade
Após a morte de Wedson, moradores do bairro da Penha protestaram durante todo o dia. Nas ruas do bairro, um um carro foi incendiado. Na Avenida Leitão da Silva, um carro dos Correios foi depredado pela manhã. No início da tarde, o carro de uma emissora de TV foi também teve os vidros quebrados por manifestantes. Por volta das 17 horas, um novo protesto interditou a Avenida Marechal Campos, em Vitória. Nesse contexto, o secretário garantiu ainda que a polícia vai permitir protestos na comunidade desde que não ultrapassem para atos criminosos.
"Protesto é um ato democrático. Assim como permitimos protestos em demais locais do município, a comunidade tem todo o direito de protestar, o que nós não permitimos é vandalismo e prática de crime. O que foi feito ontem não foi protesto, roubar carro, incendiar carro, agredir jornalistas, não é protesto, isso é crime, algo que não é ato do cidadão de bem tenho certeza, isso é ato de criminoso e como tal será tratado".
Garcia finalizou pedindo o apoio da população, para que denunciem atos criminosos pelo 181.