Maio 2020
2
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

Retomada da economia e ameaça da dívida descontrolada– entenda o cenário

Gabriel Hartung, economista-chefe de uma das maiores gestoras de recursos do país, a SPX, se preocupa com o fato de que hoje, o Brasil é um dos países emergentes mais endividados e, com a queda do PIB em 2020, devemos chegar a valores ainda mais significativos.

“O processo de endereçamento das reformas estruturais já estava lento – no ano passado só foi aprovada a Reforma da Previdência – e, devido à crise, a desorganização e morosidade do processo ficam ainda mais evidentes. A dívida pública vai se descontrolar mais ainda caso a situação permaneça desse jeito: gastos públicos com funcionalismo estacionados e a economia reduzindo de forma significativa”, pondera o economista.

Qual a saída dessa situação delicada? Para Gabriel Hartung, o Brasil vai enfrentar dois possíveis cenários no pós crise: “no final de 2020, os legisladores irão optar por seguir a agenda de ajuste fiscal, para conseguir pagar os gastos com o Coronavírus e reajustar as contas brasileiras em seguida, ou deixar a situação como está e sofrer os efeitos da expansão descontrolada da dívida pública.” Essa última opção nos aproxima da situação fiscal da Argentina– o que se torna cada vez menos distante.

Já com relação à reação da economia, Hartung vê que “mesmo em cenários mais otimistas, com as atividade voltando em maio, nos primeiros meses de crise será observada uma retração violenta no PIB, principalmente no setor de serviços. Já em relação aos meses seguintes, com foco no segundo semestre, apesar de o cenário ainda ser incerto, o PIB estará abaixo do potencial. Isso porque ainda ficam resquícios da crise, pelos impactos na renda das pessoas e à queda dos rendimentos pessoais.”

Ou seja, para este ano, não há otimismo completo. Ainda é difícil enxergar uma economia “curada do coronavírus”.

Entendendo os efeitos da queda do preço do petróleo

A queda do preço do petróleo é ruim aos produtores que veem suas empresas perderem lucratividade e valor de mercado. Por outro lado, o oposto ocorre aos setores que consomem petróleo, nos quais aumentarão tanto a lucratividade quanto o preço de mercado de suas empresas. Então, como explicar que a queda do preço do petróleo tem levado a quedas simultâneas nos preços dos ativos ao redor do mundo?

O mercado tem usado todos os dados disponíveis para tentar prever a magnitude da recessão que teremos em 2020. A queda do preço do petróleo mantém-se benéfica a todos os demais setores, mas, ao mesmo tempo, indica que a recessão será maior do que o esperado até o momento.

A queda do preço do petróleo deve ser usada como um “leading indicator” à queda da economia nos próximos meses. Em suma, não é queda do preço do petróleo que causa a queda dos preços dos demais ativos, mas a recessão que esta anuncia.

Postado Agora

Recorde de negócios na bolsa

A B3 atingiu recorde histórico de negócios no segmento Bovespa, somando 5,89 milhões negócios. A marca anterior foi de 5,82 milhões, em 09/03/2020.

Postado Agora

Liquidez

Esses recordes tão próximos apontam um aumento de liquidez (capacidade de vender e comprar) da bolsa, o que é um indicador analisado principalmente pelos investidores insititucionais.

Postado Agora

Ainda é pouco

A bolsa brasileira movimentou R$ 25,7 bilhões por dia em março. Esse número, contudo, é muito baixo comparado a outras bolsas– apenas a ação da Google nos EUA movimentou R$ 18 bi por dia no último ano.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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