Set 2021
20
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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Ricardo Frizera
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porRicardo Frizera

Como um atleta usou a economia comportamental para subir e descer o monte Everest em segurança?

Ex-presidente e atual membro do conselho superior da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (ADEMI), Juarez também é diretor executivo da SUMMIT Consultoria, professor convidado e palestrante na Dom Cabral e idealizador do projeto “Meninos e Montanhas”, que tem como objetivo subir os 10 maiores montes brasileiros junto de seus dois filhos, Davi e João.

Em 2015 teve uma virada de chave em sua vida e decidiu dedicar-se à sua paixão de escalar montanhas. E desde 2019, quando concluiu a expedição ao ponto mais alto do mundo, usa os aprendizados obtidos em sua vida pessoal e profissional para palestrar para líderes para ajudá-los a compreender e agir em um mundo em constante transformação.

O empresário e atleta conta que foi 1 ano e meio de preparação para a caminhada de 8880 metros que durou 60 dias.

Em uma altitude onde o corpo perde a capacidade de se curar, Juarez conta que os maiores desafios foram se manter saudável e controlar o lado emocional e psicológico.

“Quando estamos lá em cima temos muitos momentos de confusão mental, então como tomar decisões quando não podemos confiar na nossa capacidade de tomar decisões?” disse Juarez em entrevista e explica que usou bastante a economia comportamental nas tomadas de decisões.

O economista conta que criou um check list para fazer suas escolhas nos momentos em que não estava em sua total lucidez:

  1. Resultados: está alinhado com seu propósito e vai te gerar o resultado desejado?
  2. Segurança: você está colocando você ou alguém em risco?
  3. Ética: essa decisão é ética?

“Se pelo menos uma das respostas for “não”, então não tome a decisão, ela pode custar a sua vida”, frisou Juarez.

Os aprendizados das montanhas no dia a dia do empresário

O empresário começou o “bate bola” mostrando a importância da humildade e de manter o pé no chão. “O cume da montanha não é um lugar para ficar, fiquei apenas 15 minutos lá em cima. Diferente de uma corrida, quando cheguei lá em cima eu ainda tinha que descer e é o momento que o corpo quer relaxar. A celebração é lá embaixo”.

Como conectar a vida de empresário e atleta? Isso deve ser um projeto da família. Minha mulher e toda minha família sempre me apoiaram, foi difícil, ficaram preocupados mas todos me apoiaram.

O que você levou da escalada para seu dia a dia como empresário? Serenidade, humildade e lidar melhor com a ansiedade, aceitar melhor as coisas que não dependem de mim.

Chegou ao cume do Evereste. E agora? Cada montanha tem sua beleza, adoro subir o mestre Álvaro e o Pico da Bandeira por exemplo e penso em voltar ao Alasca.

Sua carreira daqui para frente?  Uma das grandes descobertas que fiz foi que não temos um chapéu só, podemos mudar ao longo da vida. Continuo com meus projetos no mundo imobiliário, mas estou adaptando. Quero usar minhas experiências com as montanhas para me ajudar como líder.

Liderança que te inspira? Churchill.

Empresa que te inspira? Natura, pelo consciência ambiental.

Princípio não negociável? Ética.

Uma vitória? Minha família.

Uma derrota? Passar por experiências e não aprender.

Virada de chave? São ciclos, a minha última foi a saída da sociedade.

Se pudesse voltar atrás? “a vida não vivida são ramos secos, mas fazem parte de vc”. As escolhas que eu fiz me fazem ser quem eu sou hoje.

Uma mensagem? Relacionada a coragem. A coragem de olhar para dentro de si e tomar consciência das suas fraquezas.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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