Fev 2023
25
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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Desinvestimentos da Petobras atraem novas empresas de petróleo para o Espírito Santo

No Espírito Santo, a Seacrest comprou há dois anos o campo de Cricaré por US$ 50 milhões e, há um ano, adquiriu o Polo Norte Capixaba– o maior campo de petróleo em terra do estado– por US$ 554 milhões, ambos frutos de desinvestimentos da Petrobras.

O Polo Norte Capixaba compreende quatros campos terrestres: Cancã (próximo a Linhares), Fazenda Alegre (em Jaguaré), Fazenda São Rafael (Linhares) e Fazenda Santa Luzia.

Esses polos somam 31 campos terrestres e entregam uma produção de 7 mil barris por dia e têm volumes estimados de 1,2 bilhão de barris de petróleo e reservas provadas de 140 milhões de barris. A expectativa da Seacrest é triplicar essa produção em dois anos.

“Existe um potencial significativo de criação de valor em nossos ativos de produção, exclusivamente integrados por meio de uma série de atividades de redesenvolvimento de baixo risco, que devem triplicar a produção até 2025. Nossa produção de alta margem de fluxo de caixa nos permite crescer e planejar o retorno de capital aos acionistas no curto prazo”, disse o presidente da Seacrest Petróleo, Michael Stewart, em nota.

Nesses campos maduros– muitos deles operam há décadas–, a Petrobras operava com prejuízo por conta da falta de investimentos e seu alto custo de extração de óleo, de US$ 60 por barril, o que motivou uma série de desinvestimentos no Espírito Santo.

Esse movimento abriu as portas para petroleiras jovens e enxutas como a Seacrest, que consegue reduzir o custo de extração para US$ 20 por barril– uma margem bem mais competitiva em tempos que o barril de petróleo (Brent Crude) é negociado na casa dos US$ 80.

Nesse mesmo modelo, operam no Espírito Santo companhias como Enp Energy e Imetame– que vão explorar o campo de Batuíra–, Karavan, que é sócia da Seacrest no polo Cricaré–, 3R, Petrorio e Cowan.

Petroleiras vão investir R$ 8,1 bilhões no Espírito Santo nos próximos anos

Os investimentos esperados no setor de petróleo e gás natural no Espírito Santo até 2025 são de R$ 8,1 bilhões, segundo levantamento da 5ª edição do Anuário da Indústria do Petróleo e Gás Natural no Espírito Santo.

Isso representa um mar de oportunidades não só para as petroleiras, mas também para os fornecedores da cadeia do petróleo, que vêm ampliando o seu faturamento. Hoje, 71 fornecedoras de petroleiras juntas faturam R$ 283 milhões por ano e estimam dobrar o montante até 2025.

“Mesmo com o declínio natural dos campos maduros onshore, essa é uma atividade que segue importante para o Estado, especialmente depois que a Petrobras colocou diversos ativos à venda para outros operadores dando início a um processo de revitalização e prolongamento da vida útil das reservas em terra, o que também deve melhorar a produção futura”, avalia Cris Samorini, presidente da Findes.

“Essa ampliação da participação de novos players, entre eles pequenos e médios, traz mais dinamismo para a atividade extrativa e cria novas oportunidades para a indústria e para o Estado como um todo”, completa Samorini.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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