Abr 2024
19
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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"Aracruz pode e deve ser a fábrica mais competitiva da Suzano", afirma CEO

A fábrica de papel tissue faz parte de um pacote de investimentos anunciado pela empresa no ano passado para o Espírito Santo, que soma R$ 1,17 bilhão. Além dessa planta, está incluída aí a nova caldeira de biomassa, que trará mais eficiência energética para a fábrica.

O lançamento da pedra fundamental da fábrica de papel tissue marca mais um movimento da Suzano para liderar o mercado de papéis sanitários no país. A companhia colocou um pé na produção de bens de consumo há seis anos e hoje já é líder no setor– posição que é fruto de investimentos próprios em sete fábricas e aquisições.

Em Aracruz, serão produzidas 60 mil toneladas/ano de papel tissue, elevando para 340 mil toneladas anuais a capacidade instalada da unidade de bens de consumo da Suzano. A produção será convertida em 30 mil toneladas/ano de papéis higiênicos das marcas Mimmo, Max Pure e Neve, as mesmas que já são produzidas também em Cachoeiro de Itapemirim, e vai abastecer os mercados da região Sudeste, parte do Centro-Oeste e Sul.

A fábrica do sul do estado, cuja capacidade de produção também é de 30 mil toneladas de papel higiênico por ano, é abastecida com tissue vindo de outras unidades da Suzano, mas passará a utilizar o papel produzido em Aracruz.

Com a conclusão desse investimento, o Espírito Santo terá domínio da cadeia de produção de papel, desde o plantio de eucalipto até a fabricação de produtos para o consumidor final.

Essa diversificação e adensamento da cadeia produtiva da Suzano no Espírito Santo teve grande contribuição dos investimentos realizados na gestão de Walter Schalka. Ele será substituído em julho por Beto Abreu e passará à Presidência do Conselho da Suzano, e garante que seguirá defendendo a tese de investimentos no estado.

Vale lembrar que a Suzano investe anualmente 90% da geração de caixa do ano anterior– uma cifra bilionária.

“Claramente defendemos uma tese que Aracruz pode e deve ser a fábrica mais competitiva da Suzano principalmente quando a gente pensa que vai ter que enviar um produto para o outro lado do oceano, já que ela está ao lado do porto. Se conseguirmos ampliar a base florestal, que é a questão fundamental, serei o primeiro a defender que possamos ter um maior volume [de produção] na unidade de Aracruz. A diretoria comandada pelo Beto vai avaliar todas as alternativas, mas como investimos muito, esperamos que grande parte seja feita em Aracruz”, defendeu Schalka.

E Beto concordou com a tese: “Em uma empresa pensamos onde vão ser colocados os investimentos naquele ano. A unidade  de Aracruz tem todas as condições de ranquear dentro de uma série de projetos que serão feitos no futuro. Estou alinhado com a tese de investimento no estado”.

Ao fim, Schalka deixou uma dica sobre quais podem ser os futuros investimentos da Suzano no Espírito Santo. No longo prazo, ele enxerga duas grandes tendências para o papel e celulose: a transição da produção de fibra longa (para papéis mais pesados e papelão) para a fibra curta (para papéis de uso pessoal, mais delicados); e a transição fossil to fiber, isto é, substituir itens de plástico por similares de papel.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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