Mudança no comando do Iema: entenda os novos planos
A ArcelorMittal Brasil, maior siderúrgica do Brasil, que possui uma unidade relevante no Espírito Santo, encerrou 2023 com um aumento significativo da produção de aço em 16,5%, mas com um recuo na receita e no lucro líquido. O cenário global é de excesso de produção de e preços em queda da commodity. A visão de Jefferson de Paula e Jorge Oliveira, presidente e vice-presidente da companhia, é que o ano passado foi um dos mais desafiadores para a indústria do aço no Brasil. Eles analisam que além de fatores como a queda do consumo interno e de segmentos industriais relevantes, a maior presença do aço importado no país gerou um cenário de preocupação para as siderúrgicas, que têm “ociosidade em torno de 40%”.
Em 2023, a ArcelorMittal Brasil registrou uma receita líquida de R$ 69,8 bilhões, 2,6% abaixo da cifra de 2022, R$ 71,6 bilhões, e um lucro de R$ 4,1 bilhões, uma queda de mais de 50% em comparação com 2022, de R$ 9,1 bilhões. Tanto o volume de vendas (+15,9%) quanto de produção de aço (+16,5%) apresentaram avanços relevantes. Segundo a companhia, esse resultado foi influenciado pela queda de preço do aço e o excesso de produção global, influenciada pela China.
Das 14,8 milhões de toneladas de aço produzidas pela ArcelorMittal em 2023, 55% foram destinadas ao mercado interno. Esse percentual é considerado baixo pela administração da companhia.
“Nosso pleito por maior incentivo ao consumo interno de aço e proteção contra concorrência predatória de importados não é sem razão”, afirmam Jefferson de Paula e Jorge Oliveira em mensagem assinada em conjunto.
Vale lembrar que o Governo Federal anunciou que irá colocar cotas para importação de aço e aumentar para 25% o Imposto de Importação sobre o volume excedente. A decisão atende a uma demanda das siderúrgicas brasileiras, que foram impactadas com o crescimento de 50% da importação de aço no ano passado, conforme Dados do Instituto Aço Brasil.
“A este cenário, soma-se a importação de aço contido em produtos importados e igualmente denunciados por concorrência predatória e prática de dumping”, afirma a administração da ArcelorMittal.
Para manter o aço competitivo e melhorar a qualidade da produção, a ArcelorMittal está investindo R$ 25 bilhões no Brasil, com aquisição e expansão de unidades produtivas. A inovação também tem recursos relevantes da siderúrgica, que espera desembolsar até 2029 cerca de R$ 110 milhões em aportes em startups ligadas à cadeia do aço.
Para 2024, a ArcelorMittal enxerga obras de construção civil, com foco na infraestrutura, como uma avenida importante de crescimento. No Espírito Santo, a companhia forneceu estruturas para a construção da Ciclovia da Vida, na Terceira Ponte.
“No curto prazo, vislumbramos as oportunidades que se abrem para a construção civil, a ser impulsionada pela queda continuada das taxas de juros, e estamos confiantes que o planejamento de desenvolvimento da infraestrutura do país venha a ser concretizado. Aguardamos o destravamento dos projetos, baseados nas concessões públicas e parcerias público-privadas, e a conversão do Novo Pac (Programa de Aceleração do Crescimento) em projetos atrativos na precificação e retorno aos investidores. Aguardamos, ademais, as reformas estruturais que nos apontem para um futuro de desenvolvimento contínuo”, concluem Jefferson de Paula e Jorge Oliveira.
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