Fev 2022
20
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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"Discurso de privatização foi algo da campanha", diz Mattar sobre Bolsonaro

Digaí: O que lhe desanimou de fazer parte do governo Bolsonaro apesar dos êxitos?

Salim Mattar: Como liberal, eu vi uma chance de poder contribuir para as privatizações. Era o sonho do Paulo Guedes vender tudo o que fosse possível. Fiquei muito motivado, mas o presidente não tinha maioria no congresso para privatizar tudo que fosse necessário. E percebi que o discurso de privatização tinha sido muito mais forte na campanha.

Depois de algum tempo, vi que não iriam acontecer privatizações no ritmo esperado e que faria mais sentido dedicar meu tempo a disseminar o liberalismo. Mesmo com a dificuldade do avanço das pautas de privatizações, conseguimos identificar 698 empresas estatais e suas coligadas, subsidiárias e investidas. Com isso, conseguimos reduzir o tamanho do Estado em R$ 150 bilhões, vendendo 84 ativos dessas empresas em 19 meses.

Digaí: Por que você decidiu dedicar seu tempo a disseminar as ideias liberais?

Salim Mattar: Depois de uma carreira empresarial de sucesso, de passar por dentro da máquina pública e conhecer como funciona Brasília e agora com duas netinhas, entendi que o meu propósito de vida é contribuir com o país por meio do apoio aos institutos e movimentos liberais e pela disseminação das ideias, além de criticar as mazelas do Estado e apresentar as soluções por meio da ótica liberal, pois o Brasil ainda carece de boas ideias.

Por propósito de vida, tenho disseminar ideias liberais, apoiar movimentos liberais de qualquer espécie, criticar as mazelas do Estado e propor alternativas sob a ótica liberal– de estado mínimo. Como um pequeno grão de areia, gostaria de contribuir para que as minhas netas tivessem um país melhor.

Digaí: Por quais motivos não temos mais estadistas liberais como Tatcher e Reagan hoje em dia?

Salim Mattar: Essa época de ouro, plantada principalmente nos Estados Unidos e na Europa com os governos de Reagan e Thatcher, criou um ciclo virtuoso que foi aproveitado pelos governantes que os sucederam. Então, a esquerda observou esse momento e, com seu discurso, começou a assumir o poder tanto na América Latina, quanto na Europa e nos EUA. E o ciclo se repete, com os liberais consertando as economias e criando um ciclo de desenvolvimento, até que a esquerda assume e fragiliza as finanças públicas e o crescimento, até o momento em que a população chama os liberais novamente. Esse é um processo de amadurecimento das nações. E hoje, com esse movimento, vemos os Estados sendo ainda mais autoritários ao longo da pandemia, o que ainda vem se disseminando pela esfera social.

Ouça o podcast Digaí com Salim Mattar no Spotify

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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