Economia

Nova delegada da Alfândega quer fechar cerco contra produtos falsificados no ES

Em entrevista para o Folha Vitória, Adriana Junger falou sobre as expectativas para seu mandato e contou como pretende atuar à frente do cargo

Tiago Alencar

Redação Folha Vitória
Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Para quem não sabe, a sede da Receita Federal no Espírito Santo fica localizada em um edifício suntuoso erguido na Avenida Beira-Mar, em Vitória.  E foi no 9º andar deste prédio, cuja vista para a baía de Vitória é de tirar o fôlego, que a reportagem do Folha Vitória foi recebida, na sexta-feira (12), por Adriana Junger, auditora fiscal nomeada nova delegada da Alfândega da Capital, responsável por combater crimes aduaneiros, pelos próximos três anos.

Ainda na recepção do gabinete que será da nova delegada assim que ela for empossada no cargo e que fica a uns 20 metros da sala onde Adriana nos aguardava, fomos informadas que a nova chefe da Alfândega era "uma pessoa simples e muito tranquila", verdade constatada nos primeiros minutos de conversa com a personagem principal desta entrevista.

Vale ressaltar que foi a própria Adriana quem atendeu a reportagem à porta de seu futuro gabinete, fazendo ela mesma as honras da casa. Sem estar rodeada de qualquer staff ou assessoria, a delegada, que teve nomeação publicada no Diário Oficial da União na quinta-feira (11),  falou sobre as expectativas à frente do cargo e os desafios no enfrentamento aos crimes de contrabando e distribuição de mercadorias falsificadas em território capixaba. 

Houve também espaço para que Adriana contasse sua jornada como auditora da Receita, falasse um pouco sobre a vida pessoal, além de revelar o que mais gosta de fazer nas horas livres. 

Confira a entrevista abaixo:

FOLHA VITÓRIA – Adriana, poderia contar um pouco da sua trajetória como auditora fiscal até ser nomeada nova delegada da Alfândega no Porto de Vitória?

Adriana Junger - Atuei durante 18 anos como auditora fiscal, trabalhando na fiscalização, no setor de despacho. Também já fui chefe de gerenciamento de risco. Por último, agora, estava como chefe de despacho.

Qual a expectativa para esse novo desafio em sua carreira, que é ser delegada da Alfândega?

É realmente um grande desafio. O nosso objetivo é atender a expectativa da sociedade, ajudando com o crescimento da economia. Já trabalhava para isso antes de ser nomeada delegada, uma vez que essa já era uma missão da Receita Federal. Agora, no gabinete, atuaremos diretamente com a sociedade.

Diante de toda vivência adquirida como auditora fiscal, que tipo de crime aduaneiro a senhora acha que será mais desafiador combater enquanto delegada da Alfândega?

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Temos uma boa comunicação com a sociedade e com o setor empresarial, bem como com outros órgãos parceiros. Atuamos no combate ao contrabando, ao tráfico de drogas; também visamos à facilitação do comércio e a segurança. Então considero que o principal desafio será manter o comércio exterior mais ágil, mantendo a segurança.

Não há dúvidas de que a senhora tem consciência de que atua em um ambiente majoritariamente masculino, exemplo disso é que são poucas as mulheres delegadas de alfândegas no país. Essa constatação pode tornar o desafio ainda maior?

Não. Já estou há 20 anos na Receita. Minha equipe (antes de ser nomeada delegada) era somente de homens. Mas a gente ´´e tratada sempre com muito respeito. Com a nossa capacidade, vamos conquistando o nossos espaços.

E qual a avaliação da senhora acerca da atual situação da Alfândega do Porto de Vitória, no que se refere à conformidade com as normas internacionais de comércio?

A nossa tarefa diária é se adequar às normas e aos convênios. A gente vem tratando isso com naturalidade.

E já está pensando em algum projeto ou política de trabalho que deseja implantar quando assumir efetivamente o cargo de delegada?

Estou na fase de transição. Ainda não fiz projeto. Além disso, ainda não há uma data definida para a posse.

Não há realmente nada que possa ser adiantado agora?

Não. Ainda não (risos).

De que forma a senhora enxerga o papel da tecnologia na eficiência das fiscalizações e operações realizadas pela Alfândega?

Acho muito importante. Há equipamentos que nos ajudam muito nisso. Temos também outras técnicas que são sigilosas e que não podem ser divulgadas.

Que tipo de ocorrência é mais registrada durante as fiscalizações?

Falsificação (de produtos), que a gente quer realmente tirar do mercado, porque não apenas uma questão de tributos, mas também de segurança para sociedade. Essas mercadorias contrafeitas têm qualidade inferior e são até mesmo perigosas em termos de qualidade. O foco é tirar essas mercadorias do mercado.

Dá para afirmar que o combate à falsificação de produtos será uma das principais bandeiras do mandato da senhora?

Também. Mas lembrando que nossa função será combater qualquer tipo de crime.

Para finalizar, poderia revelar um pouco mais sobre o perfil pessoal da mulher que vai chefiar essa área tão estratégica para o Estado nos próximos anos?

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Sou divorciada, mãe de dois filhos. Sou formada em Administração, mas minha carreira foi toda voltada para a Receita Federal. Dizem que já nasci para isso, porque assim que me formei passei em um concurso para essa área pela qual sou apaixonada. Sou capixaba e uma das coisas que mais gosto de fazer nas horas livres é viajar (risos).





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