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Ufes notifica grevistas para que liberem portões do campus de Goiabeiras

De acordo com a Ufes, a decisão foi tomada ainda nesta quarta-feira (17), por conta da continuidade dos bloqueios pelo movimento grevista

Guilherme Lage

Redação Folha Vitória
Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

A Administração Central da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) notificou de forma extrajudicial a Associação dos Docentes da Ufes (Adufes) para que libere imediatamente os portões de acesso ao campus de Goiabeiras.

De acordo com a Ufes, a decisão foi tomada nesta quarta-feira (17), por conta da continuidade dos bloqueios pelo movimento grevista, mesmo após representantes da Ufes apresentarem argumentos para a reabertura. 

Segundo a universidade, os bloqueios violam o direito de ir em vir da comunidade, ponto que foi abordado com os grevistas em reunião ocorrida na última terça-feira (16). 

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"O bloqueio dos acessos, que segundo informações veiculadas pela Adufes em suas redes sociais, deve ser mantido até sexta-feira, 19, desrespeita a Lei de Greve (Lei 7.783/89), que proíbe aos grevistas impedir o acesso ao trabalho, além do direito de ir e vir, assegurado pela Constituição Federal", afirma a Ufes. 

Além disso, a Administração Central da Ufes afirma que impedir o acesso ao campus tem prejudicado os estudantes, sobretudo a manutenção de ações de ensino, pesquisa, extensão e administrativa. 

"Além de provocar prejuízos relacionados aos contratos de prestação de serviços e diversas atividades necessárias para a comunidade acadêmica e para a sociedade", ressalta a Administração Central. 

Ainda de acordo com a universidade, a administração tentou manter diálogo com o comando de greve e afirma que apoia o direito a greve e a legitimidade do movimento, além das pautas apresentadas. 

A Ufes afirma que mantém disponibilidade para levar a pauta do movimento grevista à Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). Veja o comunicado na íntegra. 

Adufes afirma que Ufes descumpriu acordo

Em nota publicada no site da Adufes, a associação afirma que a universidade descumpriu o que foi acordado em reunião na última terça-feira, além de dizer que a Ufes tenta criminalizar a greve e colocar alunos contra professores. 

A Adufes confirma que recebeu a a notificação do Gabinete da Reitoria da Ufes para a desocupação dos portões de acesso á universidade. De acordo com a associação, isto fere o que foi combinado junto ao reitor. 

"O compromisso feito pelo reitor Eustáquio de Castro na segunda-feira, 15 de abril, quando os portões já estavam ocupados, era de não judicializar a greve, mas o teor do documento enviado, repleto de argumentos jurídicos, é o passo que antecede a ação judicial. Diante dessa intimidação ameaçadora e criminalizante, a plenária deliberou pela abertura do Portão Norte do campus de Goiabeiras e dos portões de pedestres". 

A associação afirma ainda que durante a reunião foram proferidas ofensas machistas, antissindicais e com preconceito de classe contra integrantes do movimento grevista. Além disso, a sinalização de que haveria uma quebra de compromisso já havia sido dada. 

"Na ocasião, as falas das/dos representantes da Reitoria já contradisseram o discurso oficial de que a Ufes não judicializará a greve, apresentando a liberação dos portões como condição para o avanço do diálogo e citando, por nota, posteriormente, que não seriam lenientes com o que chamaram de “atitudes ilegais”". 

A associação afirma ainda que a notificação da Ufes pede para que os portões de todos os campi sejam reabertos, mas que apenas o campus de Goiabeiras segue em ocupação. 

Na nota, a Adufes alega que durante a reunião com os representantes da universidade na última terça-feira, se tornou um confronto e que um dos representantes da reitoria teria tentado colocar estudantes contra professores. 

No documento, a associação afirma que o representante teria dito que o sindicato não se preocupava com os alunos e que os estudantes que fazem greve são manipulados pelos docentes, ou desocupados.  

Serviços essenciais

A Adufes alega que representantes da reitoria não conseguiram informar quais seriam os serviços essenciais que precisavam voltar ao funcionamento, alegando que todos eram imprescindíveis e que os portões deveriam ser liberados. 

De acordo com a associação, o Restaurante Universitário (RU), está funcionando normalmente, assim como o acesso à Escola Experimental, que é da responsabilidade da Prefeitura de Vitória. Também afirma que o serviço de bolsas funciona de forma normal. Acesse a nota na íntegra. 

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