Polícia

O que se sabe sobre o caso da mulher que levou idoso morto ao banco?

Nas imagens registradas na instituição bancária, é possível ver Paulo Roberto Braga sentado em uma cadeira de rodas e sendo conduzido por Érika Nunes

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: reprodução redes socias

O caso de uma uma mulher que levou um idoso morto em uma cadeira de rodas para um banco, em Bangu, no Rio de Janeiro, ainda é repleto de dúvidas e conta com poucos esclarecimentos. 

O episódio chocante aconteceu na última terça-feira (16), quando a cuidadora Érika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, deu entrada na agência com o corpo de Paulo Roberto Braga, 68 anos. A intenção dela era conseguir um empréstimo de R$ 17 mil em nome do morto, que seria seu tio. 

De acordo com informações do portal UOL, algumas perguntas já foram respondidas sobre o caso. Em especial, como foi confirmada a morte do idoso e se ele já estava morto ou não antes de entrar na agência. 

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Vídeos registraram o momento? 

Nas imagens registradas na instituição bancária, é possível ver o idoso sentado em uma cadeira de rodas e aparentemente desacordado. Ele não responde às perguntas e interações de Érika, que pede, inclusive, para que ele assine os papéis entregues pelo banco para que o empréstimo seja realizado. 

Como a morte foi descoberta?

Funcionários do banco alertaram Érika sobre a situação do idoso e logo depois chamaram a polícia. Uma equipe do Samu chegou ao local e informou que o idoso havia morrido horas antes. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML). 

A mulher foi presa?

A suspeita foi detida em flagrante e autuada por furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver. Ela foi encaminhada para a 34ª DP (Bangu) e logo depois para a Casa de Custódia de Benfica. 

O que a suspeita alega?

De acordo com o jornal Correio Braziliense, a suspeita afirmou à polícia que o idoso estava vivo quando chegou à agência e que pretendia usar o diário do empréstimo para realizar uma obra e comprar uma televisão. 

O que diz a polícia? 

De acordo com a Polícia Civil, as evidências encontradas no corpo do idoso contradizem a versão da suspeita. Havia livores cadavéricos no corpo, que são acúmulos de sangue decorrentes da interrupção da circulação, que apontam que Paulo Roberto não morreu sentado. 

Veja o vídeo da mulher com o idoso no banco:

Consequências legais e criminais

De acordo com advogados e especialistas ouvidos pela reportagem do Folha Vitória, Érika pode ser acusada na Justiça por dois crimes: ter tentado aplicar um golpe e utilizar um cadáver como instrumento. Ou seja, estelionato e vilipêndio de cadáver.

O advogado especialista em Direito Penal Josmar Pagotto categoriza o episódio como desumano e explica o que é "vilipêndio de cadáver".

"É uma violação do respeito aos mortos. No caso, está presente o ato de subtrair o cadáver e de o vilipendiar. Consiste essa situação num ultraje a esta pessoa morta, violando a sua memória, o seu conceito perante os familiares e amigos. Esse crime é um gesto de desprezo, que expõe publicamente essa pessoa e ninguém tem direito de dispor dos mortos dessa forma", explica.

*Com informações dos portais UOL e Correio Braziliense 

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