Economia

Estiagem prolongada reduz produção agrícola capixaba em cerca de 50%

Para facilitar o alongamento e renegociação dos financiamentos, presidente da Faes , indica que os Sindicatos Rurais solicitem a prefeitos a decretação de Estado de Emergência

Seca castiga o Estado e prejudica a agricultura e a pecuária Foto: ​TV Vitória

A falta de chuvas que vem se prolongando desde outubro do ano passado trouxe com ela sérios problemas à agricultura e à pecuária do Estado. A cafeicultura, a pecuária de corte e leite e a produção de frutas são os que mais sentem os efeitos da seca. 

Em alguns municípios, fala-se em redução de mais de 50% da produção agrícola. Com a estiagem, a situação da agricultura e pecuária do Estado pode ter prejuízos estimados em mais de R$ 1 bilhão.

A primeira estimativa de safra de café, divulgada pela Conab e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), já cogita redução de 2,7% se comparado à safra anterior. A diminuição foi observada no café Conilon, que registra queda entre 8,8% e 6,3%.

De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, Octaciano Neto, o Espírito Santo e algumas regiões do Brasil atravessam uma grave crise hídrica, provocada por diversos fatores. “Neste momento, mais do que nunca, precisamos de um esforço coletivo para colocar em prática ações de curto, médio e longo prazos que tenham capacidade de garantir a preservação e recuperação dos recursos naturais, a preservação e a produção de água e a mudança nos hábitos da população”, destaca.

Para facilitar o alongamento e renegociação dos financiamentos, o presidente da Federação Agropecuária do Espírito Santo (Faes), Júlio Rocha, indica que os Sindicatos Rurais apresentem a situação aos prefeitos e solicitem a decretação de Estado de Emergência.

Na semana passada, dois prefeitos do Sul do Estado decretaram situação de emergência por conta da falta de chuvas. Na segunda-feira (19), a Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim informou o estado delicado de sua região rural; na quinta-feira (22), foi a vez da Prefeitura de Itapemirim, por meio de um relatório técnico.

Café

Em Jaguaré, maior produtor de Conilon do Estado, já falta água e produtores rurais apontam redução de aproximadamente 50% nas lavouras de café. Além disso, as altas temperaturas podem influenciar a qualidade do café, alterando o tamanho e peso.

 

Carne e leite 

Com a falta de pastagem, os pecuaristas têm visto os animais perderem peso e nos casos mais graves, morrerem nos pastos. Segundo o presidente do Sindicato Rural de São José do Calçado, Altanor Lôbo, este é um dos períodos mais críticos vividos pelos produtores. “Até agora, 40% da produção já foi perdida e, se não chover, esse número pode superar 50%. Com a falta de carne no mercado, os preços vão subir”, adianta.

Frutas

A fruticultura também amarga prejuízos com a seca. A produção do segmento vai cair entre 20% a 30%, o que corresponde a um prejuízo de aproximadamente R$ 300 milhões, conforme dados do Incaper. As culturas mais atingidas são mamão, coco, banana, morango, abacaxi, banana e uva.

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