Economia

'Complacência' de detentores de bônus contribuiu com o rebaixamento

Redação Folha Vitória

São Paulo - A perda do grau de investimento pela Petrobras poderia ter sido evitada se os detentores de bônus da companhia não tivessem sido complacentes e notificassem a empresa, obrigando-a a divulgar em seu balanço a baixa contábil relativa às perdas nos contratos investigados pela Operação Lava Jato, disse o chairman do fundo Aurelius Capital Management, Mark Brodsky, em um comunicado.

"O rebaixamento pela Moody’s poderia ter sido evitado se os detentores de bônus não tivessem sido tão complacentes", afirmou Brodsky. "Se os bondholders tivessem notificado a companhia e dado início aos 60 dias de prazo de cura, a Petrobras teria feito a inevitável baixa contábil no demonstrativo trimestral no mês passado e mais provavelmente divulgaria seu balanço auditado em tempo", acrescentou o chairman do Aurelius. "Seria melhor para a companhia e para os detentores de bônus", concluiu.

Em 29 de dezembro, o Aurelius enviou carta aos bondholders da Petrobras, alertando-os que a companhia havia quebrado a cláusula do convenant (obrigações) que previa a divulgação do demonstrativo financeiro não auditado do terceiro trimestre 90 dias após 30 de setembro e que deveriam formalizar o rompimento desse compromisso.

Feita a notificação, a Petrobras teria 60 dias para apresentar o demonstrativo completo não auditado e se não o fizesse poderia ter sua dívida acelerada. Mas a notificação, para ser válida, precisaria da adesão de 25% dos bondholders, o que não aconteceu. A Petrobras divulgou seu balanço do terceiro trimestre, não auditado, em 28 de janeiro, sem as perdas com os processos investigados na Lava Jato.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pontos moeda