Economia

Concentração atípica de reajustes influenciou IGP-DI, avalia FGV

Redação Folha Vitória

Rio - Uma "concentração atípica" de reajustes em janeiro impulsionou a inflação varejista e levou o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) a subir 0,67% no mês passado, ante 0,38% em dezembro. A aceleração ocorreu mesmo com quedas nos preços de itens de peso no atacado, como soja e milho.

"Houve uma concentração atípica, com entrada em vigor do regime de bandeiras tarifárias, reajuste de tarifas de ônibus em seis cidades, com alta de 9,18%, além de uma elevação de 1,64% na alimentação", comentou o economista André Braz, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Ao todo, o IPC, que retrata os preços do varejo, subiu 1,73% em janeiro.

Diante da concentração, as tarifas de ônibus não devem voltar a pressionar o índice ao longo deste ano, segundo o economista. É esperado também que os alimentos deem um alívio ao bolso dos consumidores a partir do início do segundo trimestre, disse Braz.

No caso da energia, no entanto, a expectativa é de pressão o ano todo. "Além dos aumentos tradicionais, no vencimento do contrato de cada distribuidora, em março haverá o reajuste do valor cobrado no regime de bandeiras tarifárias. (A iniciativa) Mal chegou e já vai subir de preço", lembrou o economista.

Nesta sexta-feira, 6, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a abertura de consulta pública para a revisão dos preços das bandeiras tarifárias. O valor proposto para a bandeira vermelha aumentou dos atuais R$ 3 para R$ 5,50 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos no mês, o que significa um reajuste de mais de 83%.

Para a bandeira amarela, a cobrança adicional deverá subir de R$ 1,50 para R$ 2,50 por 100 kWh. A previsão é de que os novos valores entrem em vigor no dia 1º de março. "A energia esse ano será a variável que vai influenciar a inflação este ano", disse Braz.

Pontos moeda