Economia

Crise gera duas mil demissões e vagas de emprego recuam no Estado, diz Fecomércio

Foram geradas mais de 2 mil demissões só no mês de janeiro, resultado que refletiu na queda de empregos no Espírito Santo. O fato fez o emprego recuar em todo o Estado

Foram mais de duas mil demissões em janeiro Foto: ​Divulgação

As expectativas dos empresários capixabas não eram boas e se confirmaram nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Emprego e Trabalho (MTE). Em janeiro, houve uma redução de 1.121 empregos celetistas, equivalente a uma redução de 0,14% em relação ao número de carteira assinada no mês anterior.

O fraco desempenho na geração de emprego foi puxado pelo setor de comércio, que cortou 2.348 postos de trabalho, seguido pelo setor de serviços (-202) e pela agropecuária (-165). Por outro lado, houve desempenho positivo no setor da Indústria de Transformação, que criou 1.424 novos postos de trabalho, seguido por Serviços Industriais de Utilidade Pública (90) e pela Construção Civil (87). Números que, apesar de positivos, foram insuficientes para que o Estado alçasse um patamar de crescimento mínimo.

De acordo com o diretor-financeiro da Fecomércio-ES, Marcus Magalhães, a crise continua sendo o principal entrave para o crescimento da economia e geração de empregos. “O mercado não consegue girar na proporção que precisa. Não se tem uma chance de reverter esse quadro e a economia não consegue se recuperar. O fato de vermos municípios da Grande Vitória sofrendo mais do que os municípios do interior, se deve ao fato de que no interior a atividade predominante é o agronegócio, que ainda anda de acordo com as boas expectativas. Já na Grande Vitória os setores de comércio e serviços são os que mais concentram investidores e o seu mau desempenho acaba tendo grande influência nos números finais”, explicou.

Os municípios da Grande Vitória foram os mais afetados pela crise, liderados por Cariacica (-741), Vila Velha (-591), Vitória (-434) e Serra (-389). Já os municípios que criaram postos de trabalho no mesmo período são potências interioranas, como Aracruz (+549), Colatina (+301), Linhares (+73) e Cachoeiro de Itapemirim (+72).

O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Aracruz, Alcemir José Bruym, percebe na indústria a força necessária para que o município apresente números positivos no Caged. “Existe uma grande indústria do setor petrolífero instalada na cidade. Por ser uma área que está em alta, admissões acontecem com frequência e acabam influenciando na economia de Aracruz, uma vez que os trabalhadores contratados acabam por consumir produtos dos nossos comércios e por isso estamos estáveis. Vejo uma perspectiva de melhora”, disse.

José Carlos Bergamin, presidente do Sindicato dos Lojistas de Vila Velha, credita à prevenção os altos cortes na folha de empregados das empresas. Para ele, 2015 é o ano da sobrevivência. “Quando a economia está com expectativas otimistas, todo empregador aposta nisso. Já quando existe previsão de dificuldades, o mesmo empregador acaba tirando o pé do freio muito antes dela acontecer, como forma de se precaver. Portanto, estão ficando apenas os colaboradores estratégicos”, disse.

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