Economia

Preços de combustíveis serão alvo de fiscalização no Espírito Santo

Depois de ouvir donos de postos e de distribuidoras de combustíveis, a Frente Parlamentar deliberou que os órgãos de defesa do consumidor investiguem adulteração de combustíveis

José Carlos Goetze foi ouvido pela Frente Parlamentar que investiga aumento abusivo de preço de combustíveis Foto: Divulgação/Assembleia

O Procon Estadual e a Delegacia de Defesa do Consumidor deverão investigar as denúncias de adulteração na composição do combustível comercializado no Espírito Santo. A medida foi aprovada pela Frente Parlamentar que investiga o aumento abusivo do preço dos combustíveis no Estado, e que se reuniu nesta quarta-feira (8), na Assembleia Legislativa.

Segundo a deputada Janete de Sá (PMN), que preside a Frente, existe uma diferença de preço considerável nas diversas regiões do Estado. “Existe uma diferença de preço substancial em determinadas regiões do Estado, e até mesmo dentro do mesmo município. Isso é fruto de denúncias que motivaram inclusive a formação da frente. Nós precisamos verificar se de fato o combustível fornecido no Espírito Santo ele não está adulterado, qual é a composição dele, porque essa diferença de preço, se por acaso está acontecendo alguma sonegação fiscal”, frisou a parlamentar. 

Na opinião de Janete, é preciso que o Procon fiscalize e que a Decon investigue tais denúncias para que o consumidor não seja lesado.

“Por essa razão é que nós fizemos esse pedido de requerimento para que nós verifiquemos se, de fato, o combustível fornecido no Estado é igual em todas as bombas”, completou a destacou Janete.

Na reunião desta quarta-feira, os parlamentares que integram a Frente Parlamentar ouviram o gerente comercial da BR Distribuidora, José Carlos Freitas Goetza, que afirmou que a distribuidora não interfere no preço final de venda ao consumidor nos postos e não explicou o por quê na diferença do preço praticado na venda nos municípios capixabas.

“Nós observamos que todas as distribuidoras e seus representantes chegam aqui como se não soubessem de nada, não conhecem nada, mas não querem sair do negócio que é lucrativo. Passam poucas informações se baseando na lei da livre concorrência, ou seja, a gente tem dificuldade de apurar, e por isso que é necessário esses pedidos e requerimentos para que os órgãos fiscalizadores entrem em campo para que investiguem a questão por conta de não conseguirmos informações precisas das distribuidoras”, reiterou a deputada.

Todas as informações coletadas junto aos postos e distribuidoras, além das denúncias de adulteração vão compor o relatório final da Frente Parlamentar, que após aprovado pelos seus membros será encaminhado aos órgãos de controle do Estado.

Em nota o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Espírito Santo (Sindipostos-ES) afirmou que “o Espírito Santo tem, historicamente, segundo o Boletim Mensal da Qualidade dos Combustíveis Líquidos Automotivos Brasileiros da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), um dos melhores índices de não-conformidade dos combustíveis do Brasil. Esse índice mede, entre outras coisas, a qualidade do produto comercializado."

Quanto à denúncia da deputada sobre a existência de adulteração no Estado, o Sindipostos-ES considera fundamental que seja investigada e, se confirmada, que os culpados sejam punidos. "Práticas como esta lesam os consumidores e são extremamente danosas também para a concorrência saudável e para o mercado como um todo, composto, em sua esmagadora maioria, por empresários sérios e comprometidos em oferecer serviços e produtos de qualidade aos seus clientes", diz o texto.

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