Economia

Mesmo com o retorno das chuvas, safra de cana-de-açúcar do litoral Sul do Estado está comprometida

A safra de 2015 foi de 125 mil toneladas e as previsões para esse ano eram para 10 mil toneladas. A safra que normalmente vai de julho a dezembro, deverá terminar nesse mês de setembro

Maior parte da produção vai para a única indústria de açúcar e etanol do Sul do Estado. Foto: Divulgação

A estiagem desse ano foi considerada a pior das últimas duas décadas no litoral Sul do Estado e a cana-de-açúcar, segunda atividade econômica mais importante da região, sofre uma queda de mais de 50% da sua produção anual. As chuvas que caem na região não mudam mais o quadro, garante o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) local.

A safra do ano passado foi de 125 mil toneladas e as previsões mais otimistas para a safra desse ano eram para 10 mil toneladas, mas, de acordo com o presidente da Cooperativa dos Fornecedores de Cana de Itapemirim, Marataízes e Presidente Kennedy (Coafocana), Gilberto Miranda Fernandes, o quantitativo não ultrapassará 9 mil toneladas e a safra que normalmente vai de julho a dezembro, deverá terminar nesse mês de setembro.

A maior parte da produção da Coafocana vai para a Usina Paineiras, única indústria de açúcar e etanol do Sul do Espírito Santo, que tem nos cooperados uma das principais fontes de matéria-prima, apesar de também produzir cana. Para a usina a estiagem também significa queda na produção, embora tenha a vantagem em relação aos demais produtores da região por ter uma grande parte da lavoura em áreas planas e próximas a mananciais hídricos que viabilizam a prática da irrigação.

A estiagem prolongada levou as prefeituras da região a decretarem Situação de Emergência Foto: Divulgação/Prefeitura

No início desse ano, as prefeituras da região decretaram situação de emergência, o que facilita a renegociação de dívidas dos produtores com os bancos, mas, ainda assim, a situação é considerada muito crítica. “Nossos agricultores estão desestimulados, uma vez que já vem se sentindo discriminados por não conseguirem, junto ao governo federal, os subsídios de compensação pela estiagem prolongada, que os canavieiros do Nordeste brasileiro e do Estado do Rio de Janeiro conseguiram”, ressalta o presidente da Coafacana.

A escassez também compromete as alternativas de renda dos produtores de cana, como a pecuária de corte e de leite e as plantações de abacaxi e mandioca. Com todo este prejuízo, o impacto na economia local e o desemprego deverão ser inevitáveis.

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