Economia

Recuperação judicial: lei completa 10 anos e apenas 1% das empresas vence processo

Segundo dados da Serasa Experian, 492 pedidos de recuperação judicial foram feitos no primeiro semestre de 2015, número considerado recorde desde 2006

Falta de planejamento tem levado empresas à falência. Foto: Divulgação

Em tempos de crise, a recuperação judicial vira tema de discussão entre empresários e consultores. Mas o que poucos sabem é que nem sempre essa é a melhor saída para uma empresa que está vivendo um período de dificuldades financeiras.

Para se ter uma ideia, desde que a lei foi criada, em 2005, estima-se que apenas 1% das empresas saiu desse processo recuperada. “Existem vários fatores que nos levam a esse índice tão baixo. Mas o que se vê geralmente, é que credores e acionistas buscam garantir seus interesses individuais e o foco deixa de ser a recuperação da empresa”, explica o advogado Márcio Gonçalves.

Outro fator que tem causado convolação dos processos judiciais de recuperação em falência é a falta de um planejamento estratégico de reestruturação. Ou seja, os empresários priorizam o processo judicial e esquecem-se de investir na gestão, que é a principal causa dos declínios das empresas.

Segundo dados da Serasa Experian, 492 pedidos de recuperação judicial foram feitos no primeiro semestre de 2015, número considerado recorde desde 2006. “A tendência é de termos um número ainda mais elevado de corporações de grande porte recorrendo a essa medida, especialmente até o final do ano, por conta dos desdobramentos da crise econômica”, completou.

Atualmente, os casos mais frequentes são de empresas que buscam essa proteção judicial, mas passam anos com processos em análise pela justiça. "Existem várias questões que precisam ser analisadas pela empresa que vem enfrentando dificuldades financeiras. Mas é importante buscar ajuda de uma consultoria capacitada, que vai buscar a melhor estratégia para a situação especifica  da empresa, e caso a melhor saída seja a ajuizar a ação, esta seja conduzida de fato para trazer a empresa a uma situação favorável, e assim superar o momento e adimplir seus compromissos, mantendo a sua atividade operacional e função social", concluiu.
 

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